CIEE: parceria com os jovens

Por 28/05/2013 - 13:00

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CIEE: parceria com os jovens

Uma reflexão sobre os rumos da modalidade de assistência social que deve ser praticada no Brasil esbarra, de início, na dificuldade de estabelecer parâmetros de avaliação. Um exemplo: de quantos e de quais brasileiros estamos falando? Dos 16,2 milhões que vivem em situação de extrema pobreza, citados em pronunciamentos oficiais com base em dados de 2010 do IBGE? Ou dos 60 milhões que outras fontes situam abaixo da linha de pobreza? Não importa o tamanho do problema. Uma visão mais pragmática e próxima da realidade indica que a educação e a formação para o trabalho são os dois principais fatores para o resgate social. A educação, porque dotará o beneficiário de competências pessoais, senso crítico e consciência de seus direitos e deveres como cidadão. A formação para o trabalho, porque tornará esse mesmo cidadão independente, gerará autoestima e assegurará condições de uma vida digna a ele e à sua família.

Assim, os constituintes de 1988 foram sábios ao assegurar a todos os brasileiros o direito à educação e ao trabalho. Tanto assim que buscaram garantir o apoio aos menos favorecidos, estabelecendo no artigo 203 da Constituição Federal que “a assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social”, incluindo entre seus objetivos a promoção da integração ao mercado de trabalho (inciso III). Num Brasil que não é um país pobre, mas um país de muitos pobres, apenas a ação do governo, por mais ampla e bem intencionada que seja, não reduzirá as desigualdades sociais que condenam milhões à exclusão. A sociedade pode e deve dar sua contribuição, como as organizações do terceiro setor vem fazendo. Entre elas, o Centro de Integração Empresa-Escola – CIEE, que em seus 49 anos de existência encaminhou 11 milhões de jovens para estágio em 250 mil empresas e órgãos públicos parceiros. Para bem cumprir a sua missão, o CIEE detectou que precisaria ampliar sua área de atuação, indo além do estágio e da aprendizagem para compensar as crônicas deficiências da formação profissional do jovem brasileiro. Assim, nasceu a série de programas de forte cunho social.

São 14 principais iniciativas, totalmente gratuitas para os seus beneficiários e com resultados expressivos, com destaque ao Aprendiz Legal. Realizado em parceria com a Fundação Roberto Marinho (FRM), e que tem o objetivo de ajudar as empresas a cumprir a Lei 10.097/2000, que traça as diretrizes para a aprendizagem profissional. O programa mescla uma carga horária de formação profissional remunerada na empresa, com aulas teóricas ministradas pelo CIEE, de acordo com a área de atuação do aprendiz, nas modalidades Auxiliar em Alimentação: preparo e serviços, Auxiliar de Produção (indústria), Comércio e varejo, Gestão Pública, Ocupações Administrativas, Práticas Bancárias, Telesserviçõs, Logística e Turismo. Os jovens e as empresas interessados em participar do Programa Aprendiz Legal podem obter mais informações e se cadastrar no site www.ciee.org.br. Atualmente conta com 50 mil jovens em capacitação em todo o Brasil.

Sempre dentro da tese de que, mesmo em ações de assistência social, é louvável dar o peixe a quem não tem o que comer e nem forças para pescar. Mas também é preciso – embora mais difícil – não descuidar do ensino da pesca, principalmente para os jovens. Caso contrário, o País corre o risco de ver parte das futuras gerações mergulhada em situações de vulnerabilidade, caso elas não consigam se qualificar para ingressar num mercado de trabalho cada vez mais seletivo e exigente de profissionais bem formados.   


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