Tudo como antes

Por 09/11/2011 - 00:00

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Sem querer querendo, a presidente Dilma Rousseff está conseguindo, aos poucos, se livrar dos ministros do ex-presidente Lula ou de pessoas a ele ligadas por algum motivo. Contando com a saída do ministro Nélson Jobim (PMDB/RS), da Defesa, que pediu para deixar o cargo e, ainda, detonou a presidente e seu governo, já foram demitidos 6 ministros e um montão de secretários e assessores de Ministérios e órgãos públicos.

Todos os demitidos estavam envolvidos com desvio de verba pública e enriquecimento rápido e fácil. Nada disso surgiu da noite para o dia. Todo esse esquema já estava sendo aplicado na época do governo Lula, mas o ex-presidente não sabia de nada, não acreditava em nada, não se envolvia com nada ou ninguém. Para ele, tudo o que se dizia era intriga ou jogo político da oposição.

Em cinco meses, foram demitidos os ministros Antônio Palocci (PT/SP), em Junho, (Casa Civil); Alfredo Nascimento (PR/AM), em Julho, (Transportes); Wagner Rossi (PMDB/SP), em Agosto, (Agricultura); Pedro Novais (PMDB/MA), em Setembro (Turismo); e Orlando Silva (PC do B/SP), em Outubro, (Esportes). Todos eles saíram entregando os seus cargos, jurando inocência, mas orientados pela presidente Dilma, deixaram o poder nos Ministérios, sob pena de serem, sumariamente, demitidos.

A decisão tomada pela presidente Dilma Rousseff, mostra outro estilo de governar. No governo Lula, mesmo com os dólares encontrados na cueca; o dinheiro do Valerioduto; os esquemas comprovados do José Dirceu, do José Genuino e de tantos outros “companheiros” do Partido dos Trabalhadores (PT) e de partidos que faziam parte da base de sustentação de seu governo, o Lula nunca aceitou que essas coisas pudessem acontecer ou que estavam acontecendo no seu governo.

A bomba que estourou agora é resultado do apadrinhamento e do não querer enxergar as coisas do ex-presidente Lula, que sempre passou a mão pela cabeça dos correligionários, dos sem terras, dos sem teto, tudo em nome da governabilidade. O passado do Lula foi bem diferente do que é o presente. Governabilidade era sinônimo de conchavo, esquema político, arrumação ou qualquer outra coisa parecida com isso, e ele lutava contra tudo e todos em nome de uma oposição série que dizia existir no país.

Deu no que deu. Denúncias e mais denúncias antes e, agora, também. Ainda bem que, mesmo ninguém pagando pelos prejuízos depois, as medidas foram tomadas pela presidente, demitindo os envolvidos nos esquemas financeiros, deixando que o caso seja resolvido pela justiça, se é que alguém vai pagar pelo que fez. A bola da vez está sendo o ex-ministro Orlando silva, mas vocês se lembram como estão os casos do Palocci, Nascimento, Rossi e Novais?
A idéia que se tem é que todos estão livres, soltos e inocentados, pois ninguém fala mais nada sobre os motivos de seus afastamentos. Tudo já caiu no esquecimento por parte da imprensa, da população e, quem sabe, até da justiça. Os partidos não perderam nada, até, porque, conseguiram manter os Ministérios sob o comando de suas legendas. Trocaram 6 por meia dúzia, saindo um “companheiro” entrando outro e tudo continua como Dantes no Quartel de Abrantes.
As vésperas de completar o primeiro ano de seu governo, a presidente Dilma Rousseff pode ficar tranqüila e preparada que esse quadro ainda não acabou. Agora, já se fala no ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi (PDT/RJ), que está sendo investigado e afirmou que “erros podem ocorrer, mas corrupção e desvio de dinheiro envolvendo alguém de seu ministério não existiram até hoje”.

Pelas declarações, como os outros também deram, é bom ficar ligada!

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