ALAGOAS
MS orienta sistema de saúde a racionalizar exame com uso de contraste no país
A falta de medicamentos que impacta o tratamento de muitos brasileiros pode ser agravada pela carência de contraste iodado, produto utilizado em exames de imagem, como tomografias, que permite visualizar a vascularização em determinadas partes do corpo dos pacientes. Em meio a uma escassez global do insumo, o Ministério da Saúde passou a recomendar que o item seja racionalizado. A informação é do site Metrópoles.
Na última sexta-feira, 22, representantes da pasta reconheceram que ao menos 86 medicamentos estão em falta.
Um informativo interno foi emitido para orientar o uso cauteloso do contraste. A previsão do ministério, de acordo com a secretária de Atenção Especializada à Saúde (SAES), Maíra Botelho, é de que os estoques serão recompostos apenas no fim de setembro.
“Nós temos, hoje, quatro fornecedores no país”, disse a secretária, durante uma coletiva. “Dois interromperam o fornecimento, um deles já conseguiu a aprovação da Anvisa para comercializar o seu produto e outros dois continuam atendendo seus clientes, mas ainda não têm condições de ampliação de fornecimento.”
A nota informativa distribuída pelo ministério pede que sejam priorizados “procedimentos em pacientes de maior risco e em condições clínicas de urgência e emergência”. Orienta-se que os estoques sejam avaliados, que se evite o desperdício e que a utilização de métodos alternativos seja considerada.
Colégio
No mês de maio, o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), também emitiu alerta sobre a escassez de meios de contraste, iodados e à base de gadolínio, notadamente os primeiros, após ouvir as empresas do setor.
Segundo a instituição, a escassez do produto no mercado decorre de alguns fatores, coincidentes no tempo de ocorrência, listados a seguir:
A- Aumento da demanda, com o número de exames de imagem, com utilização de meio de contraste, em níveis bem acima daqueles observados no período pré-pandemia. Isto é explicado pela demanda reprimida durante a pandemia e pelos investimentos em saúde, feitos emergencialmente durante a COVID-19 (no caso, aquisição de tomógrafos);
B- Situação da Covid no resto do mundo. Apesar de nenhum fornecedor reconhecer que recebe suprimentos diretamente da China, reconhecem que o comércio mundial é altamente interligado e isto pode ter impactado as matrizes, em seus países de origem;
C- Há, no mundo, escassez do iodo, elemento químico essencial nas formulações dos meios de contraste usados em tomografia;
D- Houve interrupção, provisória, do fornecimento dos meios de contraste por uma das empresas com importante fatia deste mercado.
Contribuindo para esta situação, quando se percebeu a falta, ainda que parcial, de meio de contraste iodado no mercado, houve uma onda de compras para formação de estoque, comprometendo ainda mais a situação.