DESABASTECIMENTO

Medicamentos pediátricos estão em falta em farmácias e drogarias de Alagoas

Por Tamara Albuquerque com Agências 30/06/2022 - 17:50

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Agencia Brasil
Farmácias registram falta de medicamentos para pacientes pediátricos
Farmácias registram falta de medicamentos para pacientes pediátricos

Alagoas e mais 16 estados, além do Distrito Federal, registram falta de medicamentos com formulações líquidas, mas utilizadas por pacientes pediátricos. De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CFF), o desabastecimento é verificado há cerca de 60 dias em drogarias e farmácias. Já o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do DF (Sincofarma-DF), afirma que a baixa na entrega de produtos ocorre desde dezembro do ano passado.

Além de Alagoas, a falta desses remédios, especialmente líquidos, afeta a Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins .

De acordo com gerentes e farmacêuticos das unidades, a lista de medicamentos em falta é extensa. Antibióticos como: Amoxilina, Clavulanato, Azitromicina líquida, em todos os tamanhos, e Claritromicina em xarope não estão disponíveis nas prateleiras. O paracetamol bebê também não é encontrado há meses nas gôndolas.

Dos produtos que chegam, esporadicamente, em baixas e muito rapidamente estão soro fisiológicos hospitalares.
‘Não tem como a gente analisar e ter uma previsão de quando vai voltar o abastecimento. Não tem promessa para ser resolvido no curto prazo; este ano está comprometido. É uma situação esquisita que nunca aconteceu em 40 anos que eu tenho de farmácia’, avalia o ex-presidente do Sincofarma-DF, Francisco Messias Vasconcelos.

Segundo o representante da categoria, os principais fatores que impactaram no desabastecimento são a pandemia de Covid-19, que ocasionou um aumento da demanda, concomitante a uma redução das atividades industriais. Também o conflito entre a Rússia e Ucrânia destaca dificuldades para que a China, maior fornecedora de insumos e embalagens do mundo, conseguisse transportar materiais.

Conselho Federal de Farmácia


Procurado, o CFF informou, em nota, que a solução do problema passa pelo incremento da produção nacional tanto de matéria-prima, quanto dos medicamentos. O secretário-geral do conselho, Gustavo Pires, destacou que os relatos de falta de medicamentos em hospitais foram iniciados em dezembro do ano passado e o desabastecimento em farmácias começou-se cerca de 60 dias. Veja a nota na íntegra:

‘O Conselho Federal de Farmácia (CFF) atribui ou desabastece uma falha logística da já repercutida descontinuidade de fabricação de alguns fármacos pela indústria, para priorizar medicamentos com maior exigência em razão pela pandemia de covid-19; da soma desse fator com disseminação de epidemias, notadamente de síndromes respiratórias e doenças virais; da falta de matéria prima, em decorrência da guerra da Ucrânia e do lockdown na China, que impacta tanto a fabricação do ingrediente ativo (IFA), quanto a chegada ao país dos estoques já adquiridos, parados na origem pelo fechamento dos portos chineses; e da necessidade de substituir os medicamentos em falta, o que gera um efeito em cascata, dificultando os acessos a estes fármacos que substituem aqueles com o abastecimento mais crítico.


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