CASO PINHEIRO

Lançado livro que mostra os mandos e desmandos da Braskem em Alagoas

Por Adja Alvorável - *Estagiária sob supervisão da Redação 21/06/2022 - 21:22
Atualização: 22/06/2022 - 09:14

ACESSIBILIDADE

Adja Alvorável
Autores do livro “Rasgando a Cortina de Silêncios” – o lado B da exploração do sal-gema de Maceió
Autores do livro “Rasgando a Cortina de Silêncios” – o lado B da exploração do sal-gema de Maceió

Foi lançado na noite desta terça-feira, 21, o livro "Rasgando a Cortina de Silêncios” – o lado B da exploração do sal-gema de Maceió, que conta o drama do Caso Pinheiro, causado pela mineração do sal-gema pela petroquímica Braskem, que deixou milhares de famílias desalojadas. 

A obra foi realizada a partir do empenho do economista Elias Fragoso, o engenheiro civil Abel Galindo, o advogado Cláudio Vieira, o sociólogo Edson Bezerra, a arquiteta e urbanista Isadora Padilha e o cientista ambiental José Geraldo Marques. 

O evento de lançamento aconteceu no terceiro piso do Parque Shopping Maceió, situado na Cruz das Almas, reunindo a sociedade civil. Conforme os autores, a mineradora e as autoridades desde sempre “controlaram” a informação quando o tema é a exploração do sal-gema.

“O nosso objetivo com o livro foi acender holofotes sobre o lado B da história da exploração do minério em Maceió, alinhar alguns dos seus desvãos e de lá buscar fatos sonegados aos alagoanos neste quase meio século da desventura mineradora”, disse o economista Elias Fragoso ao EXTRA.

“Entre 2002 e 2019, a medida em que a Braskem crescia, Alagoas encolhia. Enquanto a empresa ‘explodia’ no mercado global e se tornava uma das maiores potências do seguimento, o PIB real de Alagoas desabava 46%", acrescentou Fragoso. 

Segundo o engenheiro civil Abel Galinho, a empresa realizou na região do Pinheiro a instalação, tecnicamente errada, de galerias a 2 mil metros de profundidade, com dimensões que, em certos casos, superava o diâmetro do estádio do Maracanã. "O correto seria que não ultrapassasse 150 metros e que mantivesse distância mínima segura de 50 metros entre elas”. Fato esse que causou a instabilidade no solo dos bairros Pinheiro, trecho do Farol, Mutange e Bebedouro.

Para o sociólogo Edson Bezerra, suas reflexões no livro são sobre as perdas "imateriais de nossa cidade e fina sensibilidade para tratar do tema". "Certamente levará o leitor a uma torrente de emoções”, disse. O advogado Cláudio Vieira é o responsável pelo ensaio sobre os direitos de Maceió e da população diante dos danos causados pela Braskem. 

"O livro explora de forma concisa e com raro sendo de propriedade e oportunidade em ensaio, que torna um assunto denso em leitura acessível ao leigo”, declarou. E conforme a arquiteta Isadora Padilha, a obra também analisa as implicações urbanas da subsidência das áreas afetadas e a permanência da planta industrial da Braskem no tecido urbano da capital. 

Dúvidas e contato para adquirir a obra: (82) 98231-1112.

Publicidade


Encontrou algum erro? Entre em contato