CASO PINHEIRO

Livro revela predadora presença da petroquímica Braskem em Alagoas

Por Redação 19/06/2022 - 09:40
Atualização: 20/06/2022 - 10:33

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Elias Fragoso
Elias Fragoso

Existem profissionais que deixam marcas por onde passam. O economista e professor Elias Fragoso é um desses casos. Sua experiência profissional o levou à docência acadêmica (UFAL, CESMAC, Universidade Católica de Brasília e UniAraguaia, de Goiânia) e experiências importantes em Brasília (no Ministério da Agricultura, foi
Secretário de Planejamento Agrícola) e na Emater-DF como dirigente, coordenou a parte da extensão rural na implantação do cinturão verde de Brasília. Em Maceió, como secretário de planejamento urbano, impediu

mudanças no Plano Diretor da cidade para ampliar o gabarito e reduzir o espaçamento entre os imóveis nos bairros e na orla. 

Como secretário de Finanças isentou do pagamento do IPTU a parcela dos 40% mais pobres da capital de Alagoas. Na iniciativa privada, dentre outros projetos, foi um dos investidores do 1º algoritmo desenvolvido na América Latina para controle de acesso (ônibus, portarias em geral, bancos, etc.) via biometria. O prof. Elias Fragoso mantém há 6 anos uma coluna no jornal EXTRA e aos domingos no EXTRA online. Irrequieto e criativo em seu retorno paulatino a Alagoas, traz na bagagem essa alta expertise executiva, técnica e tecnológica e pretende articular forças para viabilizar dois projetos que, segundo ele, podem mudar a cara do estado. Avisa: “Basta que não atrapalhem, porque se assim for, levamos os projetos para Pernambuco ou outro estado do Nordeste”, afirma. 

Em suas idas e vindas a Maceió, deu de cara com um problema de 50 anos que não foi resolvido e havia se agravado: a exploração do sal-gema de Maceió. Conversa vai, conversa vem, e muitos cafezinhos depois (ele
é adepto de reuniões curtas, diretas e objetivas; de cronogramas rigorosos e compromissos que começam no horário marcado), chegou à conclusão que algo precisava ser feito. E é dessa nova frente de batalha que vamos conversar com ele e do livro – crítico – que surgiu da inquietação do professor com o desastre ambiental: o “Rasgando a Cortina de Silêncios – O lado B da exploração do Sal-Gema de Alagoas”, uma coletânea que antes de chegar ao mercado alagoano já ameaça bater recordes de venda, prenunciando grande sucesso editorial (já há inclusive, negociações com Editora internacional para a venda do livro no Brasil, Portugal e países de língua portuguesa e, em e-Book para todo o mundo. E, futuramente, nos países de língua espanhola).

Como organizador do livro, quais as razões para o Rasgando a Cortina de Silêncios?
A exploração do sal-gema de Maceió sempre teve um grave componente de encobrimentos visando resguardar malfeitos e interesses diversos nesse quase meio século, em detrimento dos interesses de Maceió, de Alagoas e de sua gente. Algo que se agravou nos últimos quatro anos após o megadesastre provocado pela Braskem na cidade. Que destroçou toda a região Noroeste da Capital e provocou uma comoção social e econômica em Maceió. Inclusive, tirando o foco do problema potencialmente mais grave que é a presença da indústria dentro da cidade a ameaçar a vida e a saúde da população. Era preciso rasgar a cortina de silêncios e ameaças surdas que enjaularam os alagoanos nesse último meio século. E mais de três décadas depois, de volta a Maceió, aí está
o livro. 

O livro alcançou esse objetivo?
O livro vai nessa direção ao trazer dos subterrâneos da história fatos, decisões polêmicas, erros técnicos crassos, omissões e prevaricações que desmentiram cabalmente a “toada” – cantada em prosa e verso para os alagoanos “dançarem” de que o sal-gema seria a redenção do estado – uma fake do tamanho de meio século! Mantida até mesmo nos dias de hoje, apesar de todos os malfeitos da empresa. Os “defensores” locais da Alagoas atrasada agrilhoada à Braskem, continuam ativos contra a população e o estado, em troca sabe-se lá do que...

Como se deu a organização do livro?
Foi num prosaico reencontro com o amigo Abel Galindo, uma das raras vozes da engenharia de Alagoas contra os desmandos da Braskem, que a ideia que eu vinha construindo tomou forma. E se acelerou com a chegada de profissionais do quilate do cientista ambiental, o professor doutor José Geraldo Marques, do sociólogo e professor doutor Edson Bezerra, do jurista Cláudio Vieira, que dispensa apresentações, e da arquiteta e urbanista Ms. Isadora Padilha. Um time que funcionou com atiladíssima precisão.

Ao que parece, o livro caminha para bater recordes de vendagem.
Isso é fruto do interesse que o tema desperta em Alagoas, e em especial, entre os maceioenses. Ao rasgar a espessa camada de silêncios e dissimulações, sempre o padrão quando o tema é o sal-gema, e entregar ao leitor informações até então inacessíveis, o livro atende exatamente essa demanda. 

Quanto ao mercado nacional, quais as expectativas para a obra?
Na verdade, temos um pré-acordo com Editora Internacional para uma segunda edição do livro que será vendida no Brasil, Portugal e países de língua portuguesa e, via e-Book para todo o mundo. O acordo prevê no futuro, a versão do livro para o mercado de língua espanhola. Temos boas expectativas já que o livro é único em sua classe
e tem despertado muito interesse tanto aqui, como lá fora.

Qual o principal diferencial do Rasgando a Cortina de Silêncios?
O “Rasgando” traz a público segredos inéditos guardados a sete chaves e inaugura uma nova era em Alagoas ao abordar de forma multidisciplinar e crítica a exploração do sal-gema de Maceió, uma senda aberta para que autores e estudiosos avancem ainda mais no tema. É preciso quebrar o monopólio das comunicações esculpidas
milimetricamente pela Braskem para edulcorar a verdade e ser a última palavra em Alagoas quando o tema é o sal-gema. Chega de fakes!

Que “segredos” inéditos são esses?
Tem muita coisa. Mas, apenas para dar um “gostinho” para o leitor: mais de 70% das minas de salgema exploradas pela Braskem foram projetadas muito acima dos diâmetros tecnicamente recomendáveis e instaladas a uma distância muito menor que o recomendado pela melhor técnica. E isso é mostrado graficamente. Deu no
que deu... Outra: a Braskem responde por apenas 0,14% dos empregos em Alagoas e sua participação no PIB do estado não passa de pífios 0,8% desmontando discurso de meio século sobre ser ela a redenção econômica de Alagoas. Mas o grande “segredo” continuará assim, até o dia do lançamento do livro. Apenas digo que está relacionado à localização da Braskem no Pontal da Barra. E aí, quero ver o que as autoridades de Maceió, de Alagoas e aquelas da justiça que impedem qualquer iniciativa contra a Braskem irão inventar para “proteger” a empresa após a disponibilização pública da informação!

Sobre a retirada da planta industrial da Braskem de dentro de Maceió, que o senhor defende?
É inconcebível que em pleno século XXI uma cidade seja ameaçada diária e cotidianamente por uma empresa química de grande porte, como é o caso de Maceió, e nada, rigorosamente nada, aconteça. O livro aponta saídas para isso sem prejuízo para a empresa e em benefício de Maceió e da normalidade das relações entre as partes.
O livro também oferece soluções urbanísticas para as áreas afetadas pelo megadesastre e para a região do Pontal da Barra. Este livro é, claramente, uma ode de amor à Maceió e à defesa intransigente dos seus direitos de
receber da Braskem cada centavo devido à cidade pelos prejuízos materiais e imateriais que ela provocou à nossa capital e à sua gente. 

Isso está contido em cada letra, em cada linha, em cada uma das páginas do livro. Mas ele defende também – de forma intransigente – que esses recursos, cada centavo, sejam aplicados de forma transparente, inteligente e focados no futuro da cidade. Para transformar os cemitérios que a Braskem criou na região Noroeste em verdejantes áreas-parques dentro dos mais avançados conceitos de sustentabilidade e, onde hoje reside o nada e o perigo, na parte sul da cidade, no Pontal da Barra e adjacências, uma explosão de vida moderna e futurística num bairro smart com forte apelo sustentável e turístico-comercial. Leiam o livro. Nesta parte, é lá que está o futuro de Maceió. E é por que ele que estamos lutando. 

Quais as suas expectativas no tocante ao pós-lançamento?
O livro estará disponível para o público na Livraria Leitura do Parque Shopping Maceió em stand de venda personalizado. Além disso, nós estamos programando uma série de palestras em universidades, prefeituras do entorno de Maceió e um seminário técnico de alto nível para o mês de outubro, aqui em Maceió. E, simultaneamente, estaremos organizando com nossa editora a produção da segunda edição do livro a ser lançada (provavelmente no seminário de outubro) e preparando a futura presença nas bienais de São Paulo e de Lisboa. Prevejo vida longa para o livro com uso recorrente em cursos de geologia, meio ambiente, mineração, geografia, economia, sociologia, urbanismo, economia e outros.

SERVIÇO
Livro “Rasgando a Cortina de
Silêncios”
- Pré-vendas abertas até o dia
20, com preço promocional de R$
60,00 (15% menor em relação às
livrarias)
- Compre agora via Pix:
034.824.434-75 e receba no dia do
lançamento
- Lançamento e noite de autógrafos: 21/06/2022
- Hora: 19 horas
- Local: Parque Shopping Maceió,
terceiro piso (elevador próximo da
Ri Happy)
- Dúvidas e contato: (82) 98231-
1112 ou combine a melhor forma
de receber seu exempla


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