EDUCAÇÃO

Editais da Fapeal incluirão um ano de trabalho a mais no currículo de mães pesquisadoras

Por Adja Alvorável / Estagiária sob supervisão 02/05/2022 - 18:29
Atualização: 02/05/2022 - 18:29

ACESSIBILIDADE

Nenad Stojkovic
Passa a ser considerado 1 ano a mais ao currículo das cientistas que solicitaram licença maternidade ou adoção
Passa a ser considerado 1 ano a mais ao currículo das cientistas que solicitaram licença maternidade ou adoção

Nos novos editais da Fundação de Amparo de Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) no ano de 2022, irão incluir um ano de trabalho adicionado ao currículo das pesquisadoras que contaram com a licença maternidade ou adoção.

De acordo com a Fapeal, a iniciativa atende a recentes demandas da classe científica e tem como objetivo proporcionar mais equidade aos processos seletivos, equiparando possíveis desníveis de produção científica.


A ação foi uma deliberação conjunta dos setores de Assessorias Científicas de Formação de Capital Humano e de Pesquisas e Tecnologia da Fapeal, dispondo igualmente da anuência do diretor-presidente, professor Fábio Guedes.

A Fapeal acrescentou que os editais lançados este ano que exijam a titulação de doutor, irão considerar este ano a mais na avaliação do Currículo Lattes das cientistas que demandaram da licença maternidade ou licença adotante.

“A gente considera os últimos cinco anos para avaliar o Lattes. Se o edital foi lançado esse ano, a gente só considera até 2021, então no caso seria de 2017 a 2021 que vai ser pontuado o Lattes. Para as pesquisadoras mães será considerado um ano a mais para avaliar o currículo”, frisou a Assessora Científica de Formação de Capital Humano da Fapeal, Lisandra Pereira.

Ela esclarece, ainda, que o Currículo Lattes é um dos critérios de pontuação principais no processo de classificação nos editais de pesquisa da Fapeal, que concedem auxílios e financiamentos a projetos.

A partir do momento em que, a informação da licença consta no Lattes da pesquisadora, ela já passa a ser considerada dessa nova forma pelo edital, por isso é importante atualizar o currículo com este item.

Este recurso já tinha sido lançado, em 2021, pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e é comum que as demais instituições de fomento acompanhem essas normativas quando elas se provam fundamentais.

De acordo com a assessora, a adição de um ano pode fornecer mais igualdade às cientistas que não conseguiam competir com efetividade, devido ao período de afastamento para dedicação à maternidade.

“Na Fapeal, a gente têm mais bolsistas mulheres de iniciação científica, de mestrado e de doutorado, mas quando se chega a um determinado nível como, por exemplo, de financiar a pesquisa e já se tem a qualificação de doutor, geralmente são homens que conseguem os editais. Provavelmente, como o currículo conta pontos em qualquer processo seletivo, a pesquisadora acaba se prejudicando”, abordou a gestora, também especialista em Antropologia.

Pereira anda esclarece que o pontapé inicial para dar luz a estas ações ocorreu quando outros órgãos fomentadores concederam a prorrogação das bolsas pelo período de quatro meses para as estudiosas que necessitavam da licença maternidade ou adoção.

Até então, a pesquisadora bolsista, quando engravidava ou optava por adotar, poderia perder a sua bolsa ou tê-la suspensa. Mas a partir desse novo olhar, a pesquisadora deveria continuar recebendo nesse período em que ficaria afastada, com a adição de mais quatro meses.

Para as estudiosas interessadas, a nova medida implantada já pode ser visualizada nos dois editais de Auxílio à Pesquisa e no Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (PDCTR).

As informações completas constam nos próprios editais. Acesse o site da Fapeal.


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