ARAPIRACA
Justiça reprime desvio de função em unidade de saúde
Por MPT/Assessoria
21/01/2022 - 14:17
MPT/Assessoria
O Ministério Público do Trabalho (MPT) obteve uma decisão liminar, proferida pela 1ª Vara do Trabalho de Arapiraca, para coibir o desvio de função e inconformidades no meio ambiente laboral da Casa de Saúde e Maternidade Nossa Senhora de Fátima. No final de dezembro, o MPT ajuizou uma ação civil pública em desfavor da empresa após uma inspeção do setor de perícias constatar irregularidades no local.
“O laudo pericial e os relatos colhidos nos termos de depoimentos prestado no inquérito civil comprovam a ocorrência de acúmulo de função, o que ocorre quando um trabalhador exerce, além da sua função, atividades de um cargo diferente, com habitualidade. Os autos também mostram que a empresa Ré infringiu regras previstas em norma regulamentadora e em resolução da Anvisa voltadas a um meio ambiente laboral adequado”, explicou o procurador do MPT Tiago Cavalcanti, autor da ação.
A casa de saúde e maternidade tem 30 dias para cumprir a decisão. Caso descumpra as obrigações, a instituição poderá pagar multa de R$ 5 mil por obrigação descumprida e R$ 500 por trabalhador prejudicado, cumulativamente, a cada constatação de descumprimento.
Irregularidades
O relatório elaborado pelo setor de perícias do MPT – que embasou a ação civil pública – mostrou que técnicos e auxiliares de enfermagem da unidade acumulavam suas atividades com a função de maqueiro, durante os turnos da noite e em todo o final de semana. No documento, a perita responsável pela inspeção também informou que o local destinado para o repouso dos profissionais possuía ventilação insuficiente para oferecer o conforto necessário aos funcionários durante a pausa para descanso.
O Ministério Público do Trabalho teve conhecimento das irregularidades após receber do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Alagoas (Sateal) um pedido de mediação para buscar uma solução consensual para os problemas. Como não houve consenso entre as partes, a mediação foi convertida em inquérito civil.
Durante as investigações, o MPT notificou a casa de saúde e maternidade a apresentar relatório que atestasse a solução das situações descritas no laudo e, mesmo sendo notificada diversas vezes, a empresa não apresentou solução.