MEIO AMBIENTE

Aumento de temperatura pode deixar bairros de Maceió submersos

Estudo aponta para risco de invasão do mar e desaparecimento de algumas cidades alagoanas
Por José Fernando Martins 31/10/2021 - 07:45
Atualização: 31/10/2021 - 07:53

ACESSIBILIDADE

Climate Central
Mapa destaca áreas de Maceió ameaçadas pelo efeito climático
Mapa destaca áreas de Maceió ameaçadas pelo efeito climático

Consegue imaginar o bair­ro do Jacintinho à beira mar? Bem, com o aqueci­mento global é facilmente possí­vel. Para que isso aconteça bas­ta o clima da Terra aumentar 3º C já nas próximas décadas. E mais: se o aumento for de ape­nas 1,5º C por conta de medidas de prevenção ambiental, como a redução da emissão de gases do efeito estufa, ainda assim causaria estragos na capital alagoana. É o suficiente para deixar bairros como o Vergel do Lago (que se transformaria em Vergel do Mar), Ponta Grossa, Pontal da Barra e Levada de­baixo d’água. A estimativa é de uma pesquisa conduzida pelo Climate Central, organização sem fins lucrativos sediada nos Estados Unidos, em parceria com a Universidade Princeton, também nos EUA, e o Instituto Potsdam de Pesquisa de Impac­to do Clima, na Alemanha.

O trabalho, que foi publica­do na revista científica Environ­mental Research Letters, iden­tificou as regiões do mundo que podem sofrer inundações “sem precedentes”, caso as políticas para combater as mudanças climáticas não sejam colocadas em prática agora pelos países. Maceió é uma delas. Conforme o estudo, centenas de áreas cos­teiras, que abrigam atualmente mais de 1 bilhão de pessoas, estão sob risco. Um momento oportuno para discutir o tema se inicia nesse 31 de outubro. É quando a cidade de Glasgow, na Escócia, sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Mu­danças Climáticas, a COP-26. O encontro acontece até 12 de novembro.

De acordo com Benjamin Strauss, líder da Cli­mate Central e autor principal do artigo, é nesta conferência que “os líderes mundiais têm a oportunidade de ajudar ou trair o futuro da humanidade com suas decisões atuais sobre as mudanças climáticas”. “Nossa pesquisa, e as imagens criadas a partir dela, ilustram o que está por trás das negociações sobre o clima em Glasgow. Me­didas robustas e imediatas para uma economia mundial limpa e segura para o clima podem aju­dar bilhões de pessoas e preser­var cidades e nações inteiras para o futuro. As escolhas de hoje definirão nosso caminho”, completou.

O aquecimento global é um assunto em voga, mas que não é discutido de forma mais di­reta com a população. A Terra sofre hoje as consequências de um processo que o ser humano começou séculos atrás. Desde a invenção das grandes máquinas a vapor, a Revolução Industrial fez com que a sociedade aumen­tasse a capacidade de produzir diversos produtos, acarretando uma exploração exacerbada de recursos naturais e gerando uma produção abusiva de lixo e resíduos poluentes. A fumaça lançada pelas caldeiras e cha­minés das grandes fábricas, as queimadas realizadas em gran­des pedaços de terra e outras atividades fizeram o nível de gases de efeito estufa aumentar de forma preocupante.

Efeito estufa trata-se de um processo natural do planeta, que mantém a temperatura mais alta do que seria se não existis­se atmosfera – exatamente da mesma forma que uma estufa de plantas é aquecida quando o Sol bate em suas vidraças. Esse efeito garante a vida de todos os seres vivos, sem ele a Terra

igual­mente as consequências drásti­cas do aumento do nível do mar. Na capital britânica, Londres, o cenário de aumento de 1,5°C já é suficiente para inundar parte da entrada e dos jardins do Pa­lácio de Buckingham, residên­cia da rainha Elizabeth 2ª. Com a temperatura 3°C acima da atual, o palácio fica inacessível. Entretanto, esse quadro de catástrofe pode ser evitado.

Leia a matéria na íntegra no jornal EXTRA, nas bancas!

Publicidade


Encontrou algum erro? Entre em contato