CAIXA

Cliente perde R$ 17 mil em golpe e recebe ‘banana’ de segurança do banco

Valores foram movimentados da conta pessoal após troca de aparelho celular
Por Bruno Fernandes 17/10/2021 - 08:19

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Divulgação
Agência da Caixa Econômica
Agência da Caixa Econômica

Uma cliente da Caixa Econômica Federal em Maceió foi vítima de um golpe que lhe causou um prejuízo de aproximadamente R$ 17 mil. Não bastasse a péssima notícia, ao chegar na agência da instituição no bairro do Farol, na última segunda-feira, 11, para tentar resolver o problema, seu esposo foi tratado com gestos obscenos por uma segurança armada do banco.

Em vídeo ao qual o EXTRA teve acesso e amplamente compartilhado nas redes sociais, é possível ver a funcionária terceirizada impedindo o homem de entrar na segunda seção do prédio, onde ficam os gerentes de atendimento, e dando dedo para o esposo da cliente. A imagem, no entanto, não será reproduzida pelo jornal a pedido da própria Caixa, que alegou a necessidade de preservar o sistema interno de segurança e seus respectivos clientes.

O esposo e a vítima, que preferem manter a identidade em sigilo por medo de represália, relataram ao EXTRA que a dor de cabeça começou no dia 29 de setembro, poucos dias após ela trocar de celular e instalar o aplicativo do banco. Depois de fazer todo o trâmite para autorizar o novo dispositivo com a ajuda de funcionários da agência, os valores começaram a ser descontados.

“No dia 28 fui usar o cartão durante a noite e ele estava bloqueado. Quando olhei no aplicativo já haviam sido feitos Pix, Teds, Docs e pagamentos de boletos. Liguei para a Caixa através da Central do Cliente e eles não conseguiram resolver nem bloquear o aplicativo. No dia seguinte fui diretamente à minha agência e antes de chegar lá retiraram o resto do dinheiro”, conta a vítima de uma possível clonagem de dados.

“Disseram que eu tinha que abrir uma contestação onde relatei toda a história. Quando foi dia 11 de outubro informaram que a Caixa deu como se não tivesse sido fraude e aí foi aberta outra contestação. Meu esposo estava lá comigo e eu só sabia chorar por conta do resultado pelo fato de ter realmente sofrido um golpe e a Caixa deveria se responsabilizar por esse valor”, lamenta.

‘Banana’ como recompensa

Não bastasse o prejuízo, o marido da vítima foi impedido de entrar na agência da Caixa do Farol para consolar a companheira e ainda recebeu gestos obscenos de uma segurança que fazia a guarda da entrada da segunda seção do prédio e que ao notar que estava sendo filmada, passou a se esconder.

“Não deram satisfação e falaram que não tinha risco de fraude e nada foi devolvido. Isso não existe, foi um golpe, uma fraude, tiraram dinheiro da minha conta. Como a Caixa libera tanto dinheiro assim sem pedir autorização ao cliente com tantas transações em menos de 10 minutos?”.

Vale ressaltar que desde junho deste ano, com o número crescente de fraudes e golpes envolvendo aplicativos de bancos, entidades de defesa do consumidor notificaram bancos a provarem que não existem falhas na segurança dos aplicativos das instituições para que, assim, não sejam obrigados a ressarcir as vítimas de golpes.

Segundo as entidades, desde o surgimento do Pix e com a popularização de aplicativos de transferências bancárias, um novo esquema foi descrito por pessoas que tiveram o celular roubado ou clonado e tiveram dinheiro transferido pelos bandidos através dos apps das instituições financeiras.

Sobre o ocorrido com o esposo da vítima do golpe ouvida pelo EXTRA – uma enfermeira – a Caixa informou que condena e repudia o comportamento de empregados e terceirizados e que as devidas providências estão sendo adotadas junto à empresa terceirizada.

“A CAIXA ressalta que realiza treinamento contínuo com empregados quanto à qualidade no atendimento com os clientes, bem como reforça com as empresas terceirizadas a qualificação de seus funcionários quanto à conduta esperada pela instituição”, afirmou por meio de nota.

Em relação à denúncia de golpe, o banco disse que pedidos de contestação podem ser realizados em qualquer agência. “Quanto ao pedido de contestação realizada pela cliente, a instituição informa que foi realizada solicitação de nova análise”.

O que fazer

Como os criminosos fazem as movimentações nas primeiras horas após o roubo de dados, o primeiro passo, para evitar um prejuízo ainda maior, segundo recomendações do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor e da Federação Brasileira de Bancos é notificar o banco. Em seguida, avisar a operadora de telecomunicações e fazer um boletim de ocorrência.

Caso sejam feitas movimentações, é orientado que seja feito o pedido de ressarcimento ao banco dos valores retirados. Em caso de resposta negativa, é possível acionar o Procon ou o Banco Central.

Outras dicas de segurança da Febraban incluem: usar procedimento de bloqueio da tela de início do celular, nunca utilizar o recurso de “lembrar/salvar senha”, jamais anotar senha em blocos de notas, e-mail ou aplicativos de mensagens e não repetir senha do banco em outros serviços.

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