Um caso de pedofilia é julgado por dia em Maceió

Pelo menos um caso de pedofilia foi sentenciado por dia em Alagoas nos últimos cinco meses. O número, no entanto, poderia ser ainda maior. Isso se não fosse a vergonha ou o medo das vítimas, que muitas vezes preferem se calar. Parentes que poderiam fazer a denúncia, em certos casos, também optam pelo silêncio. É o que revela o juiz Ygor Figueirêdo em entrevista ao EXTRA.

De acordo com o magistrado, que assumiu a 14ª Vara Criminal da Capital no início do ano, embora não exista uma série histórica criada pelo Judiciário alagoano para acompanhar o quantitativo de casos julgados nem estabeleça algum filtro, como parentesco ou idade média das vítimas, é possível afirmar que pouco mais de 100 casos foram julgados apenas neste ano em Maceió. O número é maior se considerado o restante do estado.

“Antes de tudo precisamos deixar claro que pedofilia não é crime, é um disturbio mental. Algumas pessoas podem ter desejos sexuais por menores de 14 anos e mesmo assim nunca se relacionar sexualmente ou assediar. O crime em si é o estupro de vulnerável. Praticar qualquer ato contra a criança com ou sem consentimento é crime”, explica Figueirêdo. É necessário destacar que também é considerado crime consumir, comercializar ou produzir conteúdo pornográfico envolvendo crianças e adolescentes.

O magistrado revela ainda que em média 15 casos envolvendo pedofilia chegam todos os meses à Vara da Capital. “Eu não posso dar um número exato porque pretendemos implantar um levantamento apenas a partir do próximo ano, mas posso dizer com toda certeza que pelo menos 15 casos chegam aqui na Vara todos os meses e, geralmente, a cada 45 casos, um envolve a mulher como principal autora do crime”, informa.

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