CORONAVÍRUS

Maceió e outros cinco municípios aplicaram vacinas vencidas da AstraZeneca

Imunizantes estavam em três lotes enviados ao estado e perderam a validade
Por Tâmara Albuquerque com Metrópoles 26/04/2021 - 13:26
Atualização: 26/04/2021 - 14:49

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Agencia Brasil
Imunizante da AstraZeneca estavam nos lotes 4120Z001, 4120Z004 e 4120Z005
Imunizante da AstraZeneca estavam nos lotes 4120Z001, 4120Z004 e 4120Z005

Os dados da vacinação contra o coronavírus no país mostram que em Alagoas e outros 22 estados 1.254 pessoas receberam a vacinação com data de validade vencida. Trata-se de lotes do imunizante Oxford/AstraZeneca de números 4120Z001, 4120Z004 e 4120Z005, cuja data de vencimento era de seis meses, já expirados. Em Alagoas, a vacina foi aplicada em 15 pessoas residentes em Arapiraca (7 pessoas); Flexeiras (1); Delmiro Gouveia (2); Maceió (2 pessoas); Paripueira (2) e Viçosa (1). O problema da aplicação de vacinas vencidas é a possível perda de eficácia do princípio ativo.

As vacinas foram aplicaram em 160 cidades, segundo dados oficiais do Ministério da Saúde. No total, 1.254 pessoas foram inoculadas com doses vencidas. Os dados foram obtidos a partir do cruzamento das informações sobre as vacinas com os registros de envios de imunizantes para os estados, onde constam a data de vencimento para cada lote. Segundo a bula da vacina no site da Anvisa, a validade do imunizante é de seis meses a partir da data de fabricação, e o produto não deve ser usado após o prazo previsto.

O problema envolve as doses dos três lotes de vacinas produzidas pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford fabricadas na Índia e importadas prontas pelo Brasil. A vinda dos primeiros lotes da vacina produzidos pelo instituto Serum, da Índia, sofreu com indefinições e idas e vindas. Ainda em 31 de dezembro do ano passado, a Fiocruz pediu e conseguiu autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para importar 2 milhões de doses.

Duas semanas depois, no dia 14 de janeiro, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, prometeu que um avião partiria do Brasil no mesmo dia para buscar as doses. A aeronave da empresa Azul foi adesivada pela equipe de marketing do governo, mas o voo acabou cancelado, e a Índia só liberou as vacinas na semana seguinte. Elas chegaram em 22 de janeiro, e começaram a ser distribuídas aos estados no dia seguinte.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela produção da Covishield no Brasil, apontou que os três lotes envolvidos vieram justamente nesse voo. Elas foram produzidos em outubro do ano passado no país asiático.


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