ALAGOAS

Restaurante popular e cestas básicas amenizam fome na pandemia

cerca de 68% dos moradores de favela não têm dinheiro para comprar comida
Por Igor Albuquerque - Estagiário sob supervisão 24/04/2021 - 10:40
Atualização: 24/04/2021 - 16:56

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Assessoria
Restaurante popular 'Prato Cheio'
Restaurante popular 'Prato Cheio'

Ruas desocupadas, comércios fechados e o vazio no prato. A crise sanitária piorou a qualidade de vida da população. Para as famílias que vivem em extrema pobreza e lutam para sobreviver, a pandemia teve um impacto intenso. Uma pesquisa realizada pela Central Única das Favelas (Cufa) apontou que o desemprego massivo causado pela pandemia agravou a fome. A pesquisa, feita com 2.087 pessoas de 76 favelas do país, expôs que cerca de 68% dos moradores dessas áreas não têm dinheiro para comprar comida.

O restaurante popular Prato Cheio, localizado no bairro do Benedito Bentes, atende por dia 1.250 pessoas em situação de risco nutricional e facilita o acesso de famílias ao alimento. O preço é bem acessível, o bandejão e o sistema pague e leve está a R$ 2. O restaurante voltou a funcionar no sistema bandejão com 50% de sua capacidade no dia 6 de abril.

O ex-secretário de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), Sílvio Bulhões, disse em entrevista este ano que o restaurante popular cumpre um papel fundamental nessa pandemia. “O Restaurante Popular tem cumprido uma importante missão, especialmente neste momento, em que a necessidade da população em situação de vulnerabilidade social é agravada. Estamos trabalhando fortemente para ampliar o número de refeições, de equipamentos e permitir que mais alagoanos tenham acesso ao serviço”, informou.

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A previsão é que ainda esse ano se inicie a construção de um restaurante popular, no estádio Rei Pelé. Com o novo restaurante, o total de pessoas beneficiadas vai aumentar e 5.500 refeições diárias devem ser fornecidas para a população carente. Seria 1.250 refeições no almoço, e mil refeições no jantar. O governo de Alagoas, por meio da Seades, criou um planejamento para amenizar a crise de alimentação. Distribuiu mais de 200 mil cestas básicas no estado no ano passado.

De acordo com o Hélvio Soares, superintendente de segurança alimentar do estado, a expectativa para este ano é que mais de 250 mil famílias sejam beneficiadas com os produtos. Esses investimentos têm o intuito de retrair a curvatura de estatística da fome no estado. A situação da pandemia agravou ainda mais as condições que as famílias em situação de extrema pobreza vivem.

Segundo Hélvio, para ter o benefício da cesta básica, a família tem que estar inscrita no CadÚnico. “Iremos repassar as cestas básicas para os munícipios e eles vão encaminhar às famílias que forem cadastradas”, explicou Hélvio. Mas não é só do poder público que partem as iniciativas. O centro espírita André Luiz, entidade sem fins lucrativos, criou um projeto chamado SOS Comunidades de Maceió, que pretende auxiliar essa parcela da população. O projeto é responsável por uma vaquinha virtual para arrecadar fundos e converter em cestas básicas para famílias necessitadas. A campanha almeja arrecadar R$ 50 mil. No ano passado eles conseguiram mais de 3 toneladas de alimentos.

Para doar qualquer valor, o site é: (sosmaceio.ceal-al.org.br). Para doar um quilo de alimento, entra em contato com: [email protected].


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