BEBEDOURO

Pescadores são impedidos de trabalhar após desocupação causada pela Braskem

Por Bruno Fernandes com MPE 06/04/2021 - 13:18
Atualização: 06/04/2021 - 13:46

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Danilo Borges / Mtur
Lagoa Mundaú, em Maceió
Lagoa Mundaú, em Maceió

Os pescadores que precisaram desocupar a região do Bebedouro e do Mutange por conta do afundamento dos bairros provocado pela Braskem estão impedidos de trabalhar por não ter onde armazenar seus equipamentos de pesca na região. A denúncia foi feita ao Ministério Ministério Público de Alagoas, que prometeu, durante reunião nesta manhã, 6, solucionar o problema junto à mineradora.

De acordo com o órgão, serão feitas tratativas junto a mineradora com o objetivo de que a empresa construa, no menor espaço de tempo, uma marina para que os pescadores da região atingida pelos problemas de solo possam ter onde guardar seus equipamentos de pesca.

Segundo a denuncia, a maioria dos pescadores já foi deslocada para outros bairros e estão com dificuldade de achar local para armazenar o material de trabalho.

O encontro, comandado pelo procurador-geral de Justiça, Márcio Roberto Tenório de Albuquerque, e pelos promotores integrantes da Força-Tarefa que atua diante do tema, ocorreu com a Confederação dos Pescadores do Brasil e com a Colônia de Pescadores Z4, que representa a região de Bebedouro e bairros adjacentes.

“Não podemos permitir que mais um sofrimento seja causado à comunidade, ficando ela sem um local apropriado para guardar seus equipamentos. Procuraremos a Braskem, por meio da nossa força-tarefa, de forma que esse pleito possa ser atendido o quanto antes”, afirmou Márcio Roberto Tenório de Albuquerque.

Segundo Mauro Pedro dos Santos, presidente da Colônia de Pescadores Z4, muitos pescadores precisaram vender seus instrumentos de trabalho porque, além da distância para chegar até a lagoa, eles não tinham mais onde armazenar os equipamentos.

“São canoas, redes e varas de pesca, motores e tantos outros materiais que a gente precisa fazer uso para poder trabalhar. Até pouco tempo, todo mundo se valia da casa de algum vizinho para guardar isso, mas, como cada vez mais, novas casas estão sendo isoladas, estamos ficando sem opção. Por isso a nossa preocupação em buscar uma solução urgente. Esse é o nosso meio de sobrevivência e não podemos ficar sem ele”, apelou.

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