209 MIL CAIXAS

Rivotril foi o remédio controlado mais vendido em Alagoas no ano passado

Dados são do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados
Por Redação com Agência Tatu 08/02/2021 - 16:20
Atualização: 08/02/2021 - 16:29

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Agência Brasil
Remédio é usado para controlar ansiedade entre outros transtornos
Remédio é usado para controlar ansiedade entre outros transtornos

No ano passado foram vendidas 209 mil caixas e 14 mil frascos do remédio sedativo Clonazepam, que tem o nome comercial de Rivotril. Ao todo, os alagoanos compraram doses do remédio equivalente a quase 10% de todas as vendas de medicamentos no período.

Os dados, compilados pela Agência Tatu, foram obtidos a partir de informações do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados, que pertence à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com a analise, além do Rivotril, outros medicamentos psiquiátricos encabeçam a lista, com exceção da Azitromicina, que tem sido utilizada no tratamento da covid-19 e se tornou o segundo remédio controlado mais vendido de 2020.

De acordo com o psiquiatra Carlos Eduardo Santana há um aumento da demanda em saúde mental e as pessoas estão usando mais medicações. Ao mesmo tempo, o especialista enxerga um problema no uso crônico de remédios com grande potencial de dependência química.

“A classe dos benzodiazepínicos, que o clonazepam faz parte, são medicamentos conhecidos como hipnóticos sedativos. Eles são utilizados principalmente para induzir sono e diminuir sintomas de ansiedade. A questão é que essas medicações deveriam ter um uso mais pontual, por curtos períodos de tempo", afirma o especialista.

Para ele, "o que acontece muito é que há muitas pessoas utilizando essa medicação ao longo de décadas, e essa é uma medicação com grande potencial de dependência química”, alerta.

“No setor público muitas vezes a consulta é curta, pois são muitos pacientes que precisam ser atendidos, o que leva médicos a prescrever esse tipo de medicação ao menor sintoma de ansiedade ou falta de sono, sem investigar realmente quais seriam as causas desses transtornos. Eles aliviam sintomas, mas não tratam os transtornos a longo prazo. É preciso fazer um uso curto, de apenas alguns meses”, conclui.

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