INVESTIGAÇÃO

Militares que mataram policial civil em Riacho Doce prestam depoimento

Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas acredita em uma execução praticada por 10 policiais
Por Bruno Fernandes 27/01/2021 - 14:21
Atualização: 27/01/2021 - 15:54

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Enterro de policial foi marcado por revolta
Enterro de policial foi marcado por revolta

Todos os policiais militares envolvidos na morte do policial civil Jorge Vicente Ferreira Júnior, ocorrida no dia 17 de janeiro foram ouvidos pela comissão de delegados que investiga o caso, informou a delegada Teíla Rocha nesta quarta-feira, 27.

Em entrevista à imprensa, a delegada disse que os PMs foram ouvidos, no entanto, não pôde precisar a quantidade de policiais que prestaram depoimento. Integram a comissão os delegados Talita de Aquino Pereira da Silva, Gustavo Xavier do Nascimento, Bruno Emílio Macedo Teixeira e Rosimeire Vieira Silva dos Santos.

Apesar de não revelar a quantidade de militares ouvidos, o Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas, que acompanha o caso de perto acredita que pelo menos 10 policiais participaram do que acredita ter sido uma execução.

O boletim de ocorrência da ação aponta, por enquanto, para três militares envolvidos no confronto. Entre eles, Zezito Alves dos Santos, 3º sargento da Polícia Militar, lotado no Batalhão de Polícia de Eventos que não estava de serviço no dia. Portanto, não estava nas viaturas encaminhadas ao local após o confronto. Claudio Jorge Coutinho Ferreira, Sub Tenente da Polícia Militar e Allan Douglas Alves Gonçalves, 2º Sargento lotado na 3ª Cia independente de Paripueira.

Imagens obtidas pelo EXTRA mostram o exato momento em que policiais militares em uma viatura atiram contra o policial civil em uma suposta troca de tiros, no bairro de Riacho Doce, no litoral Norte da capital alagoana.

De acordo com informações, até o momento a Polícia Civil não sabe de fato como começou o confronto, mas os depoimento dos policiais militares que participaram da ação se chocam quando comparadas as versões e levam a crer em uma possível execução por parte do sindicato.

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“Existe sim uma troca de tiros com um policial militar e não com viaturas da PM. O que sabemos e as imagens revelam isso é que viatura da polícia militar já chegou atirando sendo que a perícia não encontrou nenhum disparo contra a viatura”, explica o presidente do Sindpol, Ricardo Nazário ao EXTRA.

O crime aconteceu no início da noite de domingo, por volta das 18h. O agente teria sido morto por PMs devido a um mal-entendido. A vítima estaria voltando para a casa a pé, após sair de um bar, e nas proximidades da pizzaria Santo Orégano, teria sido confundido com bandido depois de atirar contra o chão, fato que teria provocado uma correria em um grupo que estava na faixa de areia.

Um militar que também reside no local saiu com arma em punho em busca do suposto bandido, o que acabou em troca de tiros e, posteriormente, na morte do policial civil. Um HD apreendido em uma residência próxima deve ajudar a elucidar os fatos.

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