MACEIÓ

Serviço Geológico e pesquisadores farão novos estudos nos bairros que afundam

Por Tâmara Albuquerque 15/12/2020 - 08:13
Atualização: 15/12/2020 - 09:30

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Afrânio Bastos
Bairros afetados pela mineração da Braskem em Maceió
Bairros afetados pela mineração da Braskem em Maceió

O Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) anunciaram o início de estudos em conjunto sobre o desastre geológico nos bairros do Mutange, Bebedouro, Pinheiro e Bom Parto, em Maceió. Um grupo de pesquisadores mestres e doutores das duas instituições deverá aprofundar o conhecimento sobre a fonte dos fenômenos sismológicos registrados nos bairros e áreas próximas, com o objetivo de fomentar as ações de prevenção de desastres na região. 

Os estudos devem ser realizados nos próximos oito meses, conforme prevê o plano de trabalho, contando com o envolvimento de sete pesquisadores da UFRN, nove pesquisadores do SGB-CPRM e um pesquisador do Instituto Nacional de Meio Ambiente e Riscos Industriais da França (Ineris).


O drama dos moradores dessas áreas começou em março de 2018 quando um tremor de terra, somado às intensas chuvas naquele verão, causaram rachaduras em prédios no bairro do Pinheiro. A partir dali teve início uma série de estudos que apontaram que a mineração estava fazendo o solo afundar. O Serviço Geológico Brasileiro, após mais de um ano de estudos, apontou que o problema foi causado por quatro décadas de atividade de mineração realizada pela Braskem, que operou 35 poços para retirar sal-gema do subsolo.

No novo estudo estão previstas atividades de campo – ainda sem datas definidas, bem como workshops internos entre os pesquisadores para implantação de banco de dados sismológicos e discussão de novos estudos realizados para a região.

Em maio de 2019, o Serviço Geológico do Brasil apresentou o diagnóstico de que a atividade de extração de sal-gema pela Braskem, ao longo de cerca de quatro décadas, reativou uma falha geológica pré-existente na área de mineração, com a abertura de cavernas subterrâneas que desestabilizaram o solo e causaram tremor de terra, afundamento da superfície dos bairros e fissuras em imóveis dos quatro bairros atingidos.

Defesa Civil

Nesta segunda-feira, 14, foi anunciado a vinda do secretário Nacional de Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves, pisa em solo alagoano no dia 15 de janeiro para discutir a situação dos bairros que foram definitivamente afetados pela atividade de mineração da Braskem em Maceió. A visita tardia do secretário foi anunciada nesta segunda-feira, durante reunião do Ministério Público (MP) de Alagoas com o prefeito eleito João Henrique Caldas e o deputado estadual Davi Maia, que coordena o processo de transição do governo municipal. 

A vinda de Alexandre Alves pode dar novo impulso para iniciativas que visem resolver problemas ainda vivenciados pelos moradores, como a lentidão no processo de indenização pela perda dos imóveis. A reunião no MP teve por objetivo atualizar o prefeito eleito sobre a situação dos bairros, 

O prefeito eleito anunciou que a vai implantar na Prefeitura de Maceió uma estrutura dedicada exclusivamente ao assunto. A força-tarefa do MPF, representada pelas procuradoras Julia Cadete, Juliana Câmara, Niedja Kaspary e Roberta Bomfim que atua no "Caso Pinheiro" destacou que para os avanços decorrentes do acordo firmado em janeiro de 2020, a iniciativa da visita institucional de JHC foi muito bem vista e demonstra a disposição do novo prefeito em contribuir com as ações do MPF.

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