damas do crime

Mulheres se tornaram linha de frente do PCC em Alagoas, diz delegado

Por Sofia Sepreny 28/07/2020 - 11:46
Atualização: 28/07/2020 - 13:49
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Assessoria
Mulheres foram investigadas em operação
Mulheres foram investigadas em operação

As operações integradas realizadas na manhã desta terça-feira, 28, em todo o país tinham 39 mulheres como alvo em Alagoas. Segundo informações das forças da Segurança Pública, as operações Flashback II, Damas do Crime, Retomada e Njord prenderam 34 envolvidos com o o Primeiro Comando da Capital (PCC).

De acordo com o coronel Lima Júnior, secretário de Segurança Pública em Alagoas, as operações foram unificadas porque os alvos acabaram se relacionando nos processos. "A Operação Flashback abarcou mais três operações em sua essência. Os alvos se confundiram nesse processo. Mais forças se juntaram, entre estados, e fizemos uma operação bem mais ampla". 

A força-tarefa apontou principalmente a participação de mulheres dentro da organização criminosa. Essa constatação foi feita desde as investigações da operação Flackback I, em 2019. Segundo informado na coletiva de imprensa, realizada na manhã de hoje, 28, desde 2006 é crescente a participação feminina nos crimes, pois lideranças do PCC presas precisavam de mulheres para entrar presídio, para passar mensagens ou transportar algo dentro da prisão. Com o passar dos anos, os presídios femininos foram explorados e mulheres passaram a ser batizadas igualmente aos homens, ocupando lugares de comando na facção. 

Para o delegado da Divisão Especial de Investigações e Capturas em Alagoas (Deic), Gustavo Henrique, com o passar do tempo as mulheres foram ganhando protagonismo por serem de confiança de muitos daqueles que já estão encarcerados. "Os bandidos precisam de alguém de sua confiança fora dos presídios para articular suas ações. Muitas vezes, essa pessoa é da família, até esposa. Isso fez com que aumentasse o número de mulheres no crime comandando a facção".

A polícia chegou a apresentar na coletiva online áudios de interceptação telefônica em que mulheres conversam sobre crime e passam informações sobre execução deles. "Ela recebe a ordem e executa outra mulher, com requintes de crueldade", afirmou Major Jatobá, comandante do 8º BPM ao apresentar o áudio. 

A força-tarefa parte do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) - através da Secretaria de Operações Integradas (SEOPI) -, o Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC) - em parceria com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Alagoas (SSP/AL) -, a Polícia Federal (PF), a Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) - por meio da Divisão Especial de Investigação e Capturas (DEIC) - e a Polícia Militar de Alagoas (PM/AL) - por meio do Batalhão de Operações Especiais (BOPE).

No caso da operação Damas do Crime no estado, em quatro meses de investigação, quatro homicídios foram ordenados por mulheres, três consumados e uma tentativa. As provas foram obtidas através de escutas telefônicas.

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