LEVANTAMENTO
Uso de relaxante muscular subiu quase 800% em Alagoas
Todas as secretarias estaduais relataram ter um ou mais medicamentos em faltaO número de doses utilizadas no relaxante muscular rocurônio subiu 787%, em Alagoas, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), divulgados nesta quinta-feira, 4 pelo Estadão.
Segundo médicos e gestores, a situação deve-se principalmente à crescente procura desses medicamentos por causa do alto número de doentes infectados com Covid-19, que precisam ser entubados e do período prolongado de internação desses pacientes em UTIs.
"Todos ficaram falando do risco de colapso por falta de leito, mas agora temos o risco da falta desses medicamentos essenciais para a sobrevivência do paciente", destaca Ederlon Rezende, membro do conselho consultivo da Associação de Medicina Intensiva Brasileira.
De acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), todas as secretarias estaduais relataram à entidade ter um ou mais medicamentos dessa classe em falta ou com estoque crítico.
Devido a falta desses medicamentos, foram abertas investigações em ao menos dois Estados (Rio e Amapá) para apurar óbitos de pacientes que não tiveram acesso a essas medicações.
O rocurônio é o que reúne o maior número de queixas de problemas no abastecimento. Levantamento feito pelo Conass com todas as secretarias da Saúde revelou que, das 25 pastas que responderam ao questionário, 24 têm problemas no abastecimento do item. Os números foram apresentados ontem em reunião de comissão da Câmara dos Deputados.
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