EDITORIAL

Vamos remar tudo de novo

Por Redação 07/04/2020 - 08:36

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Coronavírus e economia: forças contrárias
Coronavírus e economia: forças contrárias

Com a crise de 2008, os países, em especial os mais ricos, aprenderam a lição de que dependendo do tamanho do imbróglio, teses e teorias econômicas precisam ser deixadas de lado para salvar rapidamente o “paciente”, o sistema econômico daquele país e, de quebra, dos demais países relevantes. O restante, bem, o restante fica pra depois. Quando, e se possível.

Todos os países médios e pequenos, com algumas raras exceções, ainda sofrem os efeitos deletérios do quase crash provocado pela corrupção generalizada no sistema financeiro americano. Agora no caso da Covid-19, a reação dos países mundo afora tem sido elevar os gastos públicos em movimento articulado – até quando possível – visando implementar medidas que ajudem ao trabalhador e às empresas sobreviverem. Mas, também de olho vivo em medidas anticíclicas. 

Mesmo sabendo da receita, nossas autoridades econômicas, titubearam – basta ouvir as respostas atônitas do ministro Guedes no início da crise de que a solução para o problema era concluir as reformas – e o Brasil mais uma vez fica a dever em termos de agilidade. O País ainda aguarda que as primeiras medidas anunciadas após o ministro acordar do susto sejam materializadas.

A dissenção interna provocada pelo instável presidente da República que, em nome de sua reeleição (ele sabe que com a economia em crise, suas pretensões vão pro ralo), combate vilmente as medidas de segurança recomendadas pela OMS, e defendidas por seu próprio ministro da Saúde, é outro fator altamente relevante para as dificuldades que o governo vem tendo de implementar à única saída possível para o curtíssimo prazo: alongar a curva de contaminação.

O foco agora não pode ser outro, tentar ao máximo achatar a curva para que o falido SUS consiga atender ao menos parte da população (a outra, só resta rezar para as pessoas não adoecerem e a única saída é: FIQUE EM CASA) durante o combate à calamidade que já se espalha geometricamente entre nós. 

Se tivéssemos um chefe de Estado liderando o combate ao vírus e não um tonto que mais parece uma biruta de aeroporto, as coisas certamente poderiam estar evoluindo muito melhor. Até para ele que, tosco, não enxerga que quanto menos combate a Covid-19, mais vítimas, mais custos e mais tempo para encontrar a porta de saída.

Ou seja, na defesa do tumulto só ele perde, já que quanto mais problemas, mais grave será a recessão futura que o País terá que enfrentar. Já se fala em número em torno de - 5%. Pior que o Governo Dilma.
Vai ser uma luta ter que remar tudo de novo.


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