MEIO AMBIENTE
Especialistas expõem possíveis impactos da exploração de petróleo em Alagoas
Estudo realizado a pedido da Agência Nacional de Petróleo revelou futuro econômico e ambientalUma consulta pública realizada na tarde desta quarta-feira, 4, pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em um hotel no bairro da Pajuçara, expôs os impactos que a exploração de petróleo e gás na bacia sedimentar marítima de Sergipe-Alagoas/Jacuípe pode causar à região litorânea do estado.
Apesar de ainda existir locais definidos para serem instalados poços e plataformas de exploração, o cenário montado pela empresa Ecology Brasil - a pedido da agência - revelou locais que são viáveis ou não para a exploração, além de como espécies marinhas podem ser impactadas.
"A atividade sísmica e o tráfego de navios na região podem afetar o ambiente, especialmente as tartarugas marinhas. O tráfego pode ocasionar atropelamento em uma região de grande reprodução, o que pode diminuir a população da espécie no futuro", explica Eliane Omena, coordenadora técnica de área sedimentar ao EXTRA.
A especialista explicou também que a fase de perfuração de poços e o escoamento também podem impactar e gerar interferências. "Quando acontece a perfuração são liberados fluídos e cascalhos que são considerados tóxicos e que também podem impactar negativamente a vida marinha".
Mesmo com os impactos negativos, Eliane afirma que a exploração é viável contanto que seja feito de forma correta e em áreas indicadas e alerta que o estudo ainda não foi concluído.
"O poder econômico da região vai aumentar. Será criado um mercado novo, troca de tecnologias e incentivos para projetos que protegem essas espécies que podem a vir sofrer com os impactos".
Maceió é a segunda capital a receber a consulta pública. As reuniões presenciais servem para a ANP dialogar com a sociedade e com representantes ambientais estaduais, garantindo o pleno acesso, a ampla divulgação do estudo e a participação das comunidades.
O diagnóstico socioambiental resultante subsidiará o planejamento de políticas públicas de petróleo e gás natural e incluirá recomendações para o licenciamento ambiental.
Além da ANP, que contratou o estudo, compõem o comitê técnico de acompanhamento o Ministério de Minas e Energia (MME), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).