NO POÇO
Poluição causada por Moinho Motrisa é denunciada ao Ministério Público
Moradores da comunidade da Vila Nossa Senhora do Carmo, localizada por trás do Moinho Motrisa, no bairro do Poço, em Maceió, denunciaram nesta quarta-feira, 29, ao Ministério Público Estadual (MPE-AL) que a empresa estaria cometendo crimes de poluição sonora e ambiental.
Os representantes pediram que a instituição interviesse para apurar tal situação e, ainda, informaram que obras estão acontecendo no local, o que lhes chamou atenção em razão do acidente ocorrido há quase seis anos, quando uma torre de concreto desabou, deixando dezenas de feridos.
A comissão de moradores foi recebida pelo procurador-geral de justiça em exercício, Márcio Roberto Tenório de Albuquerque, e pelo promotor substituto da Promotoria de Justiça de Urbanismo, Givaldo de Barros Lessa.
“O Ministério Público é uma casa de direitos e temos a obrigação de trabalhar para solucionar problemas coletivos. Vamos instaurar um procedimento para saber o que, de fato, está acontecendo naquela região”, afirmou o chefe do MPAL.
“Ouviremos todos os moradores oficialmente e, com base em suas declarações, instauraremos uma notícia de fato. E, de início, requisitaremos à empresa esclarecimentos sobre o funcionamento do moinho, inclusive, como estão sendo operados os cilos (torres)”, detalhou Givaldo Lessa.
“O barulho em razão da operação das máquinas e das torres é ensurdecedor e ninguém consegue fazer nada direito em razão dessa zuada. Além disso, há a liberação de uma espécie de fuligem que suja toda a vila e também as nossas casas. Tudo fica tomado por esse pó. As pessoas estão adoecendo e uma providência precisa ser tomada”, comentou a empresária Silvana Valença.
“Também é preciso lembrar que, passados aproximadamente seis anos do acidente, o moinho pouco foi responsabilizado por todos os danos que nos causou”, questionou ela.