DESCASO

Enfermeira narra momentos de tensão ao ver família alagoana ser expulsa de avião

Motivo seria doença rara de criança; caso aconteceu em Aracaju (SE)
Por José Fernando Martins 27/01/2020 - 21:36
Atualização: 28/01/2020 - 13:34

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Divulgação
Empresa Gol é acusada de despreparo ao tratar família
Empresa Gol é acusada de despreparo ao tratar família

A enfermeira Maria Helena Santana utilizou o Instagram para expressar sua indignação contra a companhia aérea Gol que teria destratado passageiros no Aeroporto Internacional Santa Maria, em Aracaju, no Sergipe.

O fato teria ocorrido na madrugada de domingo, 26. Segundo a enfermeira, a tripulação retirou uma família, já embarcada na aeronave, por causa de uma doença de pele de uma criança. 

O motivo alegado pelos comissários e pelo piloto seria uma determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que não permite o embarque de pessoas com doenças contagiosas.

"Só que a criança que eles impediram de embarcar tinha uma doença rara chamada Ictiose, que não é contagiosa. Não deixaram os pais falarem, não me deixaram falar, apesar de todas tentativas", contou. 

E continuou: "Disseram que eu não era médica e não podia afirmar isto. Duvidaram de meu conhecimento como enfermeira. Disseram ainda que a criança só embarcaria com uma declaração".

Conforme depoimento, a família, que partiu de Alagoas com destino a São Paulo para consulta médica da criança, acabou ficando desamparada. 

A enfermeira finalizou sua postagem no Instagram pedindo explicações à Gol, à Anvisa e à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre o ocorrido.

Ictiose

Ictiose, também conhecida como doença da escama de peixe, é um grupo de doenças da pele hereditária incomuns caracterizados por pele ressecada, endurecida, seca e escamosa. 

É causada por um defeito no processo de regeneração da pele, pelos e unhas resultando no acúmulo de pele velha. 

Outro lado

Sobre o caso, a GOL esclareceu, em nota, que a menor e sua família tiveram o embarque negado no voo G3 1503 (Aracajú – Guarulhos), já que os mesmos não portavam atestado médico informando sobre a doença da criança como é recomendado pela Anac. 

"Seguindo as regras de segurança da Anvisa, a companhia ofereceu todo o suporte necessário, como transporte de ida e volta até um hospital local, para que a família pudesse pegar um atestado liberando a menor para viagem e esclarecendo sobre o diagnóstico da doença, deixando claro que não se tratava de uma enfermidade contagiosa", informou.

Ainda segundo a empresa, após todos os esclarecimentos, a família seguiu viagem para São Paulo no voo G31501 (Aracajú – Guarulhos), às 11h20 desse domingo, 26. "A Gol reforça que todo passageiro com doença infectocontagiosa ou genética deve apresentar um atestado médico que especifique a ausência de risco para contágio, como é recomendado pelos órgãos regulatórios. Tal procedimento visa garantir a segurança e saúde de todos os viajantes", informou.


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