Veleiro volta a circular, mas ameaça de falência permanece

Pelo menos 40% da frota dos ônibus da Veleiro estão circulando em Maceió nesta segunda-feira, 20. A empresa cobre 15 linhas do sistema de transporte público, servindo aos usuários do Trapiche, Vergel e Joaquim Leão.

Na manhã de hoje, uma reunião com o Ministério Público do Trabalho (MPT) tentará um acordo entre empresa e trabalhadores, que reivindicam o pagamento de salários e repasses de contribuições ao FGTS e INSS. O encontro será intermediado pela procuradora Virgínia Ferreira que acompanha o caso. 

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sinttro), Sandro Régis, a Veleiro já não tem conseguido cumprir o último acordo firmado com o órgão fiscalizador. "Ficou acertado novos prazos de pagamentos para não haver atrasos. Hoje, a empresa tem que depositar parte salarial de janeiro e não temos expectativa de que isso ocorra, no entanto, o mês de dezembro está atrasado", destacou. 

O Sinttro, durante reunião, pedirá garantias para que a Veleiro pague as indenizações trabalhistas caso vá à falência, situação que o sindicato acredita que deve acontecer a qualquer momento. "A empresa está em situação de insolvência. Há sucateamento dos ônibus, mas existe outros patrimônios que podem garantir o pagamento das indenizações", diz.

O líder sindical também exigirá da Veleiro transparência quanto aos dados financeiros e administrativos da empresa, como: quantidade de trabalhadores afetados e confirmação do valor da folha salarial que seria de R$ 750 mil/mês. 

"Outras empresas de ônibus, em reunião com a SMTT na semana passada, já se comprometeram a assumir as linhas da Veleiro, caso ela seja excluída do sistema. Só depende da decisão do prefeito Rui Palmeira", informou Régis. Nas contas do Sinttro, pelo menos 450 profissionais estão com o emprego ameaçado.

Crise

A Veleiro emitiu nota no início da noite de sexta-feira, 17, sobre a situação econômica da empresa e a apreensão de veículos por conta de dívidas. 

Segundo o comunicado, a Prefeitura de Maceió e a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) já estavam cientes do forte desequilíbrio econômico financeiro que a Veleiro vinha enfrentando. 

"Apesar de todos os obstáculos que a Veleiro vem enfrentando e superando, deve ser esclarecido que as notícias que estão sendo veiculadas de que foram recolhidos 30 veículos não são verídicas", destacou a empresa.

Conforme a Veleiro, foram apreendidos três ônibus que, no entanto, teve a determinação sustada pelo Poder Judiciário havendo a devolução dos veículos.

"Frisa-se que todos esses obstáculos são causados exclusivamente pelo desequilíbrio econômico financeiro e acreditamos que o melhor caminho é o subsídio por parte da Prefeitura de Maceió", destacou.