MACEIÓ

Peritos em greve: novos corpos aguardam liberação no IML

Por Bruno Fernandes 09/12/2019 - 10:47
Atualização: 09/12/2019 - 14:03

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Bruno Fernandes
Categoria pede respeito ao governador Renan Filho
Categoria pede respeito ao governador Renan Filho

Anunciada desde a semana passada, a paralisação de atividades de servidores da Perícia Oficial de Alagoas foi deflagrada nesta segunda-feira, 9. A categoria que cobra modernização da carreira decidiu a greve por tempo indeterminado, em assembleia realizada na última quinta-feira, 5. 

Quanto às atividades, a categoria determinou que nos Institutos Médico Legais de Maceió e Arapiraca, as necropsias terão redução de 50%. Exames cautelares em presos, exames complementares, exames domiciliares e exumações estão suspensos na totalidade. 

De acordo com a classe, os demais serviços estão mantidos, como exames de corpo delito na população em geral, exames em vítima de crimes sexuais, entre outros. A paralisação envolve peritos criminais, médicos legistas, odontolegistas, técnicos forenses e papiloscopistas.

Além disso, não serão recebidos, na sede do Instituto, armas e munições, drogas, documentos, entre outros. “Cansamos de trabalhar no limite”, frisou Eduardo Bittencourt, técnico forense do IML de Maceió. 

“Queremos que o governo entenda que somos integrantes da Segurança Pública e merecemos respeito e tratamento semelhante àquele das outras categorias da SSP”, concluiu.

As atividades normais só deverão ser retomadas após o envio para a Assembleia Legislativa do projeto de lei que, entre outras providências, promove a criação de vagas para os quadros da Perícia Oficial.

“O projeto foi um compromisso do governo, inclusive para viabilizar a abertura do Instituto de Criminalística de Arapiraca. Foi amplamente discutido. Foi um consenso. Estamos fazendo nossa parte. Queremos apenas o cumprimento dos acordos firmados. Nada além disso”, afirmou Paulo Rogério, presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais de Alagoas.

AO EXTRA, Rogério disse ainda que os corpos que estão chegando aos IMLs estão sendo periciados, mas não estão sendo liberados para sepultamento. Até o momento, nove corpos aguardam liberação. O sindicalista informou também que a classe só quer melhorar o atendimento ao público. 

Caso o governo do estado cumpra as exigências, o que facilitariam o trabalho dos peritos e legistas, a liberação dos corpos pode chegar em média até duas horas de liberação. 

Famílias foram pegas de surpresa com a greve. Uma aposentada, que não quis se identificar, está desde domingo tentando enterrar o irmão, que foi encontrado morto em domicílio. 

Devido ao estado do corpo, já em decomposição, o sepultamento é urgente. "É uma agonia", resumiu à reportagem. 


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