Colarinho Branco

Padre Eraldo escapa da prisão, mas terá que entregar passaporte à Justiça

Prefeito de Delmiro Gouveia é acusado de chefiar organização criminosa
Por José Fernando Martins 26/11/2019 - 11:22
Atualização: 26/11/2019 - 11:41

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Foto: Divulgação
Padre Eraldo, prefeito de Delmiro Gouveia
Padre Eraldo, prefeito de Delmiro Gouveia

O prefeito de Delmiro Gouveia, Eraldo Joaquim Cordeiro, mais conhecido como Padre Eraldo, se livrou da prisão preventiva solicitada pelo Ministério Público do Estado (MPE). 

Além de discordar do pedido do órgão fiscalizador, o desembargador do Tribunal de Justiça (TJ/AL), Washington Luiz Damasceno Freitas, negou o pedido de afastamento do gestor. 

Denúncia oferecida pelo Ministério Público aponta que Padre Eraldo seria o chefe de organização criminosa que envolve secretários municipais, vereadores, servidores públicos e empresários de Delmiro Gouveia. 

A quadrilha de colarinho branco teria fraudado processos administrativos de pagamento em favor das sociedades empresárias Avante Locação de Veículos e Serviços Ltda EPP e L A Major Distribuidora ME, relacionadas à prestação de serviços de locação de veículos de pequeno, médio e grande porte.

O prejuízo causado ao município, só no ano de 2017, segundo Ministério Público, foi de R$ 4.6 milhões, dos quais R$ 2.9 milhões tiveram como origem recurso próprio do Município de Delmiro Gouveia e R$ 1.7 milhões oriundos de recurso federal.

No entanto, a decisão monocrática do desembargador determinou que Padre Eraldo cumpra quatro medidas cautelares. O gestor está proibido de manter contato com outros participantes da quadrilha; terá que se apresentar à Justiça mensalmente; não pode sair do país sem autorização; e terá que entregar seu passaporte às autoridades. 

Também foram denunciados: João Ygo da Costa Araújo, então Secretário de Administração Municipal, Estevão Firmo Soares (Secretário Municipal de Agricultura), Pedro Evangelista de Souza (Secretário Municipal de Infraestrutura, Urbanismo, Transporte e Habitação), Sílvio Clécio Martins Rocha (Secretário de Governo), Elizabeth Monteiro Nunes Bezerra (Secretária Adjunta de Turismo, Cultura e Esporte), Maria de Lourdes Oliveira da Silva (Secretária Municipal de Assistência Social), Fabrício Bitencourt Dias (Secretário Municipal de Educação) e João Gomes Silveira (Secretário Municipal de Saúde).

A decisão foi publicada no Diário Oficial da Justiça no dia 22 de novembro.


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