PESQUISA DO IBGE

Alagoas tem o segundo maior percentual de pobres no Brasil

Todos os estados das regiões Norte e Nordeste apresentaram indicadores de pobreza acima da média nacional
Por Bruno Fernandes 06/11/2019 - 15:04
Atualização: 06/11/2019 - 16:25

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Divulgação
Alagoas é o estado com segundo maior índice de pobreza do Brasil
Alagoas é o estado com segundo maior índice de pobreza do Brasil

Quase metade da população alagoana vive em condições de extrema pobreza, com renda mensal inferior a R$ 145, segundo dados da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) divulgados nesta quarta-feira, 6, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo os dados referentes ao ano de 2018, Alagoas está abaixo apenas do Maranhão, que obteve o maior percentual de pessoas com rendimento abaixo da linha de pobreza, (53,0%).

Ainda de acordo com o IBGE, em 2018, o país tinha 13,5 milhões pessoas com renda mensal per capta inferior a R$ 145, ou U$S 1,9 por dia, critério adotado pelo Banco Mundial para identificar a condição de extrema pobreza.

O número é equivalente à população de Bolívia, Bélgica, Cuba, Grécia e Portugal. Embora o percentual tenha ficado estável em relação a 2017, subiu de 5,8%, em 2012, para 6,5% em 2018, um recorde em sete anos.

Santa Catarina, que também se mostrou o estado menos desigual, apresentou o menor percentual de pobres. Todos os estados das regiões Norte e Nordeste apresentaram indicadores de pobreza acima da média nacional.

“Esse grupo necessita de cuidados maiores que seriam, por exemplo, políticas públicas de transferência de renda e de dinamização do mercado de trabalho”, destacou o gerente do estudo, André Simões na pesquisa.

O valor do indicador de pobreza do Bolsa Família, R$ 89, é, inclusive, inferior ao parâmetro global de R$ 145, o que mostra que o benefício não é suficiente para tirar as pessoas da extrema pobreza.

Um dos pesquisadores do IBGE Leonardo Athias explicou que, em 2011, o valor de R$ 70 para o Bolsa Família era compatível com o valor global da época, de US$ 1,25 por dia.

“Por falta de correções monetárias, hoje o valor de R$ 89 é abaixo do valor global indicado pelo Banco Mundial”, destacou.


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