DESASTRE

Órgãos ambientais anunciam ausência de novas manchas de óleo no litoral de Alagoas

Monitoramento técnico da poluição continua até o dia 30. Temor é pela contaminação do São Francisco
Por Tamara Albuquerque com Agência Brasil 09/10/2019 - 08:32
Atualização: 09/10/2019 - 09:37

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Cortesia/Sergipe
Técnicos temem que poluição atinja o Rio São Francisco
Técnicos temem que poluição atinja o Rio São Francisco

Técnicos de órgãos ambientais em Alagoas que estão monitorando o desastre provocado pela presença de petróleo cru nas praias do Estado anunciaram, ontem, que os municípios atingidos não registram presença de novas "manchas" de óleo, além daquelas já observadas desde o mês passado. A informação é um alento, mas não corresponde ao cenário observado em outros estados, cujas praias continuam exibindo enormes poças de óleo.

A grande preocupação dos técnicos, agora, é que o produto tóxico não chegue ao Rio São Francisco, já que manchas foram encontradas numa área próxima à foz, no Pontal do Peba.

No momento, os técnicos estão fazendo o monitoramento, por terra e aéreo, no curso d`água do rio para detectar alterações. Esse trabalho deve ser executado até o final deste mês. O registro de manchas de óleo no litoral alagoano foi verificado em 15 pontos de 10 praias. 

Ontem, a Petrobras anunciou ter recolhido mais de 133 toneladas de resíduos contaminados pela mancha de óleo - de origem ainda indeterminada - que atinge  praias do Nordeste. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o material oleoso é petróleo cru que, desde o dia 2 de setembro, se espalhou por nove estados nordestinos (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe).

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou durante uma audiência pública realizada pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, que análises laboratoriais confirmaram que a substância não provém da produção da estatal petrolífera.

A pedido do Ibama, a empresa estatal teria mobilizado 655 profissionais e também equipamentos para tentar minimizar o impacto ambiental. Colaboram nos trabalhos agentes comunitários e moradores de áreas afetadas contratados pela petrolífera para auxiliar na limpeza das praias.

“Até agora, é um fenômeno muito estranho. Não há sinais de que esteja retrocedendo. É um desastre realmente muito preocupante para todos nós”, acrescentou o presidente da Petrobras. O presidente Jair Bolsonaro chegou a anuncia na mídia que o governo já tem suspeito da origem do petróleo e que o vazamento no mar poderia ser ação criminosa. As primeiras notícias são de que o óleo desse desastre ambiental seja da Venezuela.

A presença de óleo no mar e em algumas praias nordestinas começou a ser denunciada por cidadãos no dia 2 de setembro. Assim que surgiram as primeiras notícias sobre o aparecimento de manchas de óleo nas praias, a Polícia Federal (PF) instaurou inquérito para apurar a origem da substância. 


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