ELEIÇÃO NA UFAL

Eleição para reitoria da UFAL acontece nesta quarta e quinta-feira

Primeira etapa da escolha do novo reitor da Federal de Alagoas acontece dias 7 e 8
Por Maria Salésia 06/08/2019 - 17:40
Atualização: 06/08/2019 - 17:55

ACESSIBILIDADE

Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

Nos dias 7 e 8 deste mês a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) realiza o primeiro turno da eleição de escolha da nova direção que irá conduzir a instituição no quadriênio 2020-2024. A segunda etapa acontece nos próximos dias 14 e 15 e quatro chapas disputam a vaga.

A consulta será feita nos três campi da Ufal e estão aptos a votar cerca de 30 mil pessoas da comunidade universitária. Dia 22 de outubro serão homologados os nomes indicados e elaborada a lista tríplice a ser encabeçada pelo candidato mais votado na consulta.

O EXTRA realizou entrevistas com cada candidato, para que a comunidade possa conhecer ainda melhor os perfis e propostas de cada um.

CHAPA 1

A chapa 1 sintetizou suas propostas no lema “Ufal Mais” e concorre com Josealdo Tonholo e Eliane Cavalcanti. Tonholo é professor titular da Ufal, pós-doutor pelo Departamento de Materiais da Universidade de Loughborough, na Inglaterra. Bacharel e licenciado em Química, é mestre e doutor em Físico-Química pelo Instituto de Química de São Carlos, da Universidade de São Paulo (USP). Para ele, “não se combate contingenciamento de forma isolada. Iniciativas para garantir o orçamento de uma universidade têm como uma primeira frente uma articulação junto à Andifes. Dessa articulação, haverá desdobramentos que vão desde busca de diálogo com o Congresso a, especialmente, diálogo com o MEC e o governo. Diálogo é essencial”. Uma segunda frente é a articulação com a bancada federal do estado de Alagoas, para que seja reforçado o canal direto de diálogo com o MEC, bem como aporte de emendas de bancada. 

Sobre propostas afirmou que irá retomar os serviços básicos e garantir os insumos necessários ao funcionamento da universidade. “Hoje está faltando de tudo, como: papel, manutenção de condicionadores de ar, energia, segurança, entre outros. Com isso restabelecido, teremos condições de implantar ações para a permanência dos estudantes nos campi”.

Tonholo disse que a Chapa 1 é motivada pela comunidade. “Nós queremos e sabemos fazer mais. Resgatar a unidade da academia em defesa da Ufal. Resgatar as relações interpessoais, em todos os espaços da Ufal. Acolher melhor as pessoas. Resgatar o senso de pertencimento. Valorizar os esforços dos seus trabalhadores. Aumentar o nosso orgulho em ser Ufal. Que a Ufal seja mais integrada e que a sociedade perceba a sua grande importância. Queremos soluções efetivas, criativas, inovadoras e empreendedoras para velhos problemas. Quero uma Ufal Mais”.

CHAPA 2

A chapa 2 vem com o lema “Outra Ufal Resiste” e tem como representantes a atual reitora Valéria Correia e Ângela Canuto. Valéria é graduada em Serviço Social pela Ufal, tem mestrado em Serviço Social pela Universidade Federal de Pernambuco, doutorado em Serviço Social pela Universidade Federal de Pernambuco e Pós-doutorado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2011). Foi coordenadora do Programa de Pós-graduação em Serviço Social da Ufal e diretora da Faculdade de Serviço Social da universidade. 

Para ela, o que a motiva ser reitora da Ufal é o fato de que a experiência a deixou mais preparada para o enfrentamento ao autoritarismo, à possibilidade de cobranças nas universidades, ao elitismo, às ameaças à liberdade de cátedra, ao desmonte da pesquisa. Nessa conjuntura, segundo a candidata, a universidade precisa ter, junto à sua comunidade, representantes que sejam sensíveis às demandas e estejam na vanguarda do aprofundamento da democracia, da inclusão social, da liberdade de pensamento, da gratuidade na graduação e pós-graduação, da captação de recursos para a realização de projetos estruturantes comprometidos, sempre, com os interesses da maioria da população. “Temos a convicção que o nosso projeto de gestão representa a resistência e o fortalecimento da universidade democrática, pública e gratuita”, garantiu.

CHAPA 3

A Chapa 3 “Endireita Ufal” é representada pelo alagoano de São Miguel dos Campos Alexandre Toledo e Célia Nonata. Toledo é professor da Federal de Alagoas há 27 anos, tendo atuado como coordenador dos três cursos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, inclusive da Pós-graduação. Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho pela UFPB, tem mestrado em Arquitetura pela UFRGS e doutorado pela UFSC.

O candidato afirmou que por ser alagoano e suprapartidário, tem bom relacionamento com a bancada do Estado para apresentar emendas para os novos projetos de investimento da Ufal. “Nossa proposta liberal de gestão está em sintonia com o Programa FUTURE-SE do MEC, para as universidades federais. Somos a voz dos movimentos de rua que vestiram verde e amarelo para pedir mudanças de governo. Somos a voz silenciosa dos docentes, técnicos e estudantes que foram calados pelo discurso hegemônico das esquerdas progressistas e revolucionárias”.

Segundo ele, o novo reitor da Ufal precisará fazer mais com menos. É necessário reduzir o custo Ufal, por meio da otimização dos recursos e da minimização dos desperdícios. A verba de custeio precisa ser melhor aplicada, com priorização da infraestrutura e funcionamento dos serviços básicos de limpeza e vigilância. O projeto de expansão da Ufal para o litoral Norte precisa ser retomado. Por outro lado, a expansão também poderá se dar pela ampliação da oferta dos cursos EAD.

Toledo disse, ainda, que a proposta é resgatar a pluralidade e a cientificidade na Ufal, por meio da integração com o setor produtivo e com a disseminação da cultura empreendedora. “Somos a voz dos Docentes pela Liberdade, movimento nacional que aposta na guinada das universidades públicas em sintonia com o novo governo federal”, destacou o candidato

CHAPA 4

A Chapa 4 “Compromisso e Ação” é encabeçada pelos professores José Vieira e Tânia Voronkoff. Vieira disse que entrou na disputa movido pelo incentivo de alunos e servidores que acreditam na sua ação como gestor. “Mesmo com poucos recursos, de forma participativa, fui capaz de reunir uma boa equipe de alunos, ex-alunos, técnicos e docentes, que trabalha de forma voluntária, por entender que o plano de ação que eu e professora Tânia Voronkoff desejamos construir para a Ufal tem um novo olhar no que diz respeitos aos docentes, técnicos e alunos”. 

O candidato disse, ainda, que acredita ser o candidato mais preparado para promover a integração entre os campi fora de sede e o Campus A. C. Simões. “Comecei minha vida profissional como professor do curso de história do campus do Sertão. Atualmente, como vice-reitor, tive a oportunidade de conhecer e acompanhar a realidade de cada setor e de acompanhar a tramitação de importantes projetos, de representar a Ufal em conselhos como o Sebrae, Conedes, Fecoep. Hoje, me sinto mais preparado para continuar trabalhando em defesa da universidade pública, gratuita e com responsabilidade social”, disse, ao acrescentar que tem consciência dos desafios que a universidade enfrenta no tocante ao seu financiamento e posicionamento político. 

“Penso e acredito que a universidade pública deve continuar incluindo sem excluir, defendendo o interesse das minorias, bem como se integrando ao setor produtivo, com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico e social. Acredito que por ser uma pessoa preparada e conciliadora, posso dialogar com os diferentes grupos que constituem a Ufal. Por tudo isso, acredito que, juntamente com professora Tânia Voronkoff, sou a pessoa mais preparada para exercer este papel tão importante junto à nossa universidade”, concluiu Vieira.


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