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Proposta de redução salarial dos jornalistas ameaça outras categorias

Por Tamara Albuquerque 25/06/2019 - 09:02

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A presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Maria José Braga
A presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Maria José Braga

As atenções dos jornalistas de todo o país estão voltadas nesta manhã para Alagoas, onde a greve da categoria foi iniciada contra a proposta -, considerada sem precedentes na história nacional das negociações trabalhistas -, apresentada pelas empresas do segmento de reduzir em 40% o piso salarial dos profissionais. A presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Maria José Braga, está acompanhando a movimentação de perto, em Maceió.

Na avaliação da Fenaj e de representantes de sindicatos de jornalistas de outros Estados, o que está ocorrendo em Alagoas é de uma gravidade extrema, um alerta para trabalhadores de todas as categorias. 

“Nós da Fenaj e dos sindicatos dos jornalistas de todo o Brasil estamos muitos atentos, solidários e dispostos a lutar junto com os jornalistas alagoanos para que esse precedente não se repetida, não só na categoria dos jornalistas, mas de nenhuma categoria de trabalhadores. Porque enxergamos que o está sendo feito aqui um laboratório cruel para a classe trabalhadora brasileira que é, depois de uma série de perda de direitos, ser ameaça com a perda real de salário”, alerta Maria José.

A presidente da Fenaj reforça que é inédita a proposta dos empresários de Alagoas para redução do piso salarial. “É uma proposta indecorosa. Isso não tem precedente. As negociações salariais que ocorrem ano a ano, são feitas para garantir o poder de compra do trabalhador, para que os salários sejam reajustados e esse trabalhador possa continuar se sustentando e sustentando a sua família”, comenta.

A sindicalista faz um alerta para a ameaça [dessa proposta] abrir precedente para outras categorias de trabalhadores no Estado e no País. “Ao propor 40% de redução do piso salarial, as empresas de comunicação de Alagoas atacam não apenas o bolso dos jornalistas, mas a dignidade dessa categoria. Querem ver o jornalista de cabeça baixa, querem que o jornalista se submeta a uma condições que é de servidão. Substitui-se a relação de trabalho, que é contratual, onde o profissional vende sua força de trabalho e recebe por isso, por uma relação de servidão, como se o fato de ter trabalho fosse suficiente para o profissional e não o trabalho ser remunerado para garantir suas condições de vida. Isso é muito grave”, enfatiza Maria José.


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