BAIRROS AFUNDANDO
Pinheiro vai perder 90% do comércio, diz associação
O variado self-service é o carro-chefe da Comedoria Bonapetit no bairro do Pinheiro, em Maceió. “Dia de quarta, quinta e sexta era uma alegria, faturamento alto e o salão sempre cheio. Eu faturava em média R$1.500 por dia, hoje tem dia que saio no prejuízo, lucro no máximo R$300 reais. Isso não paga nem a minha água”, conta Jeanne Sales, 38, proprietária do estabelecimento há 1 ano. O restaurante acabara de abrir em meados de 2018 e era novidade no bairro. Funcionando de segunda a sexta, ainda conquistava a clientela com eventos e serviços delivery. “Quando a gente tava começando a bombar, aconteceu tudo isso. Hoje a gente tá tentando manter algo através do delivery, mas não está fácil”.
Esta é a realidade do comércio na região desde que começaram os problemas de subsidência no Pinheiro. Empreendimentos quebrando, supermercados fechando, lojas demitindo, e o bairro ficando vazio. De acordo com o presidente da Associação dos Empreendedores do Pinheiro, Alexandre Sampaio, são em média duas mil empresas no bairro e, segundo a Junta Comercial do Estado de Alagoas (Juceal), são 2.700 CNPJs ativos.
Para o presidente da associação, até a divulgação do Mapa de Setorização de Danos e de Linhas de Ações Prioritárias, divulgado pelo CPRM (Serviço Geológico do Brasil), havia esperança de que os empresários não precisassem sair do bairro. “Ninguém queria sair. É um bairro que desenvolveu um comércio próprio, que desenvolveu uma dinâmica e tinha uma economia pujante. Dados da Fecomércio apontam um lucro de R$ 1 bilhão e R$ 1,3 bilhão de reais por ano de faturamento dessas 2 mil empresas locais. E esse faturamento caiu por terra, por conta das incertezas do local”. Segundo Sampaio, hoje com a divulgação do mapa, 90% das empresas terão que deixar o bairro.
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