assista ao vídeo

"Me entreguei porque estava na hora", declara Baixinho Boiadeiro

Por Bruno Fernandes 04/02/2019 - 14:08

ACESSIBILIDADE

Baixinho Boiadeiro após receber voz de prisão - Foto: Bruno Fernandes
Baixinho Boiadeiro após receber voz de prisão - Foto: Bruno Fernandes

Foragido desde 2017, José Márcio Cavalcante de Melo, mais conhecido como Baixinho Boiadeiro, recebeu voz de prisão durante júri popular que acontece nesta segunda-feira, 4, no Fórum do Barro Duro, em Maceió. "Me entreguei porque estava na hora, já fugi demais", declarou Baixinho à reportagem do EXTRA. 

Ele, o irmão José Anselmo Cavalcanti de Melo, o "Preto Boiadeiro", e o amigo Thiago Ferreira dos Santos, conhecido como "Pé de Ferro", são acusados pela morte Samuel Theomar Bezerra Cavalcante e do sargento reformado da Polícia Militar, Edvaldo Joaquim de Matos. Ambos, respectivamente, em cunhado e segurança do ex-prefeito de Batalha e atual deputado estadual Paulo Dantas (MDB). 

Os crimes aconteceram no município sertanejo em 2006. Baixinho estava foragido desde o final de 2017, quando foi acusado de tentar matar o empresário José Emílio Dantas e de assassinar o vereador de Batalha Tony Pretinho.

Leia mais

Baixinho Boiadeiro comparece a júri para ser julgado por duplo homicídio 

As duas ocorrências seriam uma reação de vingança: Baixinho consideraria a Família Dantas e Pretinho os responsáveis pelo assassinato do pai, o também vereador pelo município, Adelmo Rodrigues de Melo, o Neguinho Boiadeiro. Desde então, a família de Baixinho luta para provar sua inocência.

Segundo o advogado do acusado, Raimundo Palmeira,"Baixinho irá cumprir o mandado de prisão o quanto for necessário". "Ele não deve em nenhuma das acusações", ressaltou. 

Julgamento

O juiz John Silas da Silva, que é titular da 8ª Vara e preside o júri, estima que a sessão pode se estender até a manhã da terça-feira. Até o final da manhã desta segunda, foram ouvidos a vítima sobrevivente e três testemunhas, restando outras quatro testemunhas intimadas e os três réus. Após as oitivas, acontece o debate entre defesa e acusação, que pode durar cinco horas.

Questionadas, as testemunhas relataram que acusados e vítimas estavam bares vizinhos no centro da cidade, e o conflito começou quando a mulher identificada como Karen, que acompanhava Emanuel Boiadeiro na ocasião, iniciou discussão com Marina Dantas, hoje prefeita de Batalha e esposa de Paulo Dantas. 

A denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) diz que Emanuel Messias de Melo Araújo, o Emanuel Boiadeiro, já falecido, teria efetuado os disparos contra as três vítimas. Mas o promotor Antônio Villas Boas sustenta que todos são culpados.

“Quem participa do crime não é somente aquele que aciona o gatilho e atira contra a vítima, mas todos aqueles que de qualquer forma concorreram para a ação delituosa. Todos os réus aqui presentes concorreram e atiraram contra o veículo onde se encontravam as vítimas, e agiram como espécie de garantidores do executor material”, disse o representante do MPE.

O advogado Raimundo Palmeira faz a defesa dos três réus e buscará convencer os jurados de que eles não participaram. “O réu responsável pelo homicídio se apresentou, muito posteriormente, e confessou o crime. As testemunhas são praticamente unânimes em dizerem que estes réus não participaram da empreitada”, disse.

“Não se pode condenar alguém pelo nome da família” argumentou ainda Palmeira, em referência a reputação de ser violenta que a família carrega. Foi acusado ainda nesse crime José Marcos Silvino dos Santos, mas ele também já é falecido.

Assista ao vídeo


Encontrou algum erro? Entre em contato