OPERAÇÃO SESMARIA

Vereador é preso em operação contra desvios milionários em prefeituras

Investigação da PF aponta que R$ 10 milhões podem ter sido roubados
Por Redação 27/11/2018 - 11:16

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Coletiva de imprensa realizada pela PF no bairro do Jaraguá - Foto: Cortesia
Coletiva de imprensa realizada pela PF no bairro do Jaraguá - Foto: Cortesia

Três pessoas acusadas de organização criminosa foram presas hoje, 27, entre elas, segundo informações extra-oficiais o vereador Heriberto Farias da Silva, conhecido como Guel Farias (PMDB), do município de Pilar, durante operação denominada Sesmaria, deflagrada nesta manhã pela Polícia Federal (PF), em Maceió e algumas cidades do interior de Alagoas.

Estima-se que dos contratos analisados até o momento no valor aproximado de R$ 80 milhões, pelo menos R$ 10 milhões tenham sido desviados dos cofres públicos pelos suspeitos.

A ação, que resultou na apreensão de 40 veículos de luxo, como Audi, Camaro, Mercedes, Mitsubish outlander, Pajero Full brancos e Land Rover Discovery grafite, foi coordenada pela Receita Federal do Brasil (RFB) e a Controladoria-Geral da União (CGU).

Nove pessoas já foram afastadas de seus cargos públicos, incluindo dois secretários de administração e Antônio Thiago Melo da Rocha, atual  secretário de finanças de Boca da Mata, que também é proprietário de um posto de combustível supostamente envolvido no esquema.

De acordo com os delegados Francisco Tavares, Agnaldo Mendonça, Rolando Alexandre, Luciano Patury, em entrevista coletiva à imprensa na sede da PF, no bairro do Jaraguá, 42 mandados de busca e apreensão e prisão foram cumpridos.

“As fraudes aconteciam a partir da locação de veículos. Carros que não eram nem abastecidos, e sequer eram utilizados. Ônibus que deveriam ser contratados por R$ 4.950 era pago R$ 7.000”, explicou o superintendente da CGU em Alagoas, Moacir Rodrigues.

Ainda segundo o delegado, a investigação começou em 2016 após serem constatadas movimentações bancárias suspeitas realizadas pela Secretária de Finanças do município de Mata Grande.

Entre as irregularidades também estão a contratação de uma empresa para locação de veículos neste município sem possuir frota suficiente; emissão de notas fiscais relativas a abastecimentos não realizados; saques em espécie e na boca do caixa e aquisição de imóveis sem declarar à Receita Federal.

“Os presos são sócios de empresas de locação e possuem residência em Maceió e Boca da Mata. Todos têm parentesco com pessoas ligadas à prefeitura”, revelou o o superintendente da CGU.

Além de Boca da Mata, estão envolvidos empresários, gestores e secretários municipais que atuam nas cidades de Mata Grande, Branquinha, Campo Grande, Joaquim Gomes, Maravilha, Olho D´Água Grande, Pariconha, Rio Largo, São Luiz do Quitunde, Estrela de Alagoas, São Miguel dos Campos, Pão de Açúcar e Dois Riachos. 


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