Saúde intensifica ação para evitar a sífilis congênita

A Coordenação da Vigilância Epidemiológica da Infecção Sexualmente Transmissível (IST) Sífilis da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) vem realizando um trabalho sistemático com profissionais da Atenção Básica e hospitais e laboratórios que realizam o teste para o diagnóstico da doença até o sexto mês de gestação, período que dá para tratar e evitar a transmissão vertical.

Segundo o coordenador da IST, o psicólogo Fábio Mota, que também trabalha no Bloco I do PAM Salgadinho, a sífilis congênita pode trazer seqüelas graves para bebê, como a má formação óssea e neurológica, problemas cardíacos, microcefalia, entre outros. “Nossa proposta é aumentar cada vez mais a realização do teste para Sífilis, especialmente em gestantes”, ressalta Mota, destacando que o acompanhamento da gestante durante o pré-natal contribui para o controle da sífilis congênita.

A doença é uma DST causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária). Nos estágios primários e secundários da infecção, a possibilidade de transmissão é maior.

O Teste Rápido (TR) de sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS. Prático e de fácil execução, tem leitura do resultado em até trinta minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial.

Quando o TR for utilizado como triagem, nos casos positivos (reagentes), deverá ser realizado um teste laboratorial (não treponêmico) para a confirmação do diagnóstico.  Em caso de gestantes, o tratamento deve ser iniciado com apenas um teste positivo (reagente), sem precisar aguardar o resultado do segundo teste.

Transmissão vertical

Em mulheres não tratadas, a porcentagem de transmissão é de 70 a 100% na fase primária, 90% na fase secundária da doença. Na terciária, e na latente a probabilidade de transmissão é de 30%.

Em Maceió, no período de 2010 a 2014 foram registradas 338 mulheres grávidas portadoras de sífils. O tratamento da doença é feito com penicilina (Bezetacil).

A sífilis congênita apresenta elevada mortalidade que pode chegar a 40% dos casos. Pode ter manifestação recente, após o parto, ou tardia, após os dois primeiros anos de vida da criança. Na maioria dos casos, os sinais e sintomas estão presentes já nos primeiros meses de vida.

Sífilis Congênita

É uma doença transmitida de mãe para criança durante a gestação. As complicações dessa forma de doença: aborto espontâneo, parto prematuro, má-formação do feto, cegueira, deficiência mental ou morte ao nascer.

Ao nascer à criança pode ter pneumonia, feridas no corpo, cegueira, dentes deformados, problemas ósseos, surdês ou deficiência mental. Em alguns casos, a sífilis pode ser fatal.

A ocorrência de sífilis congênita é um agravo evitável e indica falha na assistência no pré-natal. Há trinta anos, mais precisamente em  fevereiro de 1986 , é de notificação compulsória.

Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificações (Sinan), do Ministério da Saúde, apontam que no ano de 2013, Alagoas era o 4º estado da Federação com maior registro de casos de sífilis congênita, com um percentual de mais de 8% em cada mil bebês nascidos vivos, perdendo para o Rio de Janeiro, Sergipe de Ceará.

Pelo mesmo sistema, e no mesmo ano de 2013, Maceió também aparece em 4º estado com maior registro da sífilis congênita, sem mais de 15% por cada mil crianças nascidas vivas, estando às cidades do Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre, em 3º, 2º e 1º lugares, respectivamente.