Professores de AL planejam manifesto contra a Reforma do Ensino Médio

Por Jullyane Farias (estagiária sob supervisão) 23/09/2016 - 11:38

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Reforma seria para deixar a educação mais atraente aos jovens (Crédito: Divulgação)
Reforma seria para deixar a educação mais atraente aos jovens (Crédito: Divulgação)

Os profissionais da educação de Alagoas já articulam estratégias para tentar barrar a Medida Provisória (MP), que reformula a grade curricular do Ensino Médio em todo o país. A MP estipula, além do aumento da carga horária mínima anual, a retirada de disciplinas como artes, filosofia, sociologia e educação física.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Alagoas (Sinpro-AL), Eduardo Vasconcelos, qualquer reforma na educação, antes de ser feita, precisa ser debatida. "Mas o governo, em nenhum momento, nos incluiu neste debate e não pode nos impor esse tipo de coisa”.

Para o sindicalista, a mudança de conteúdo prejudica as pessoas de baixa renda. “O governo quer trabalhadores e não mentes pensantes, pois a mudança atinge principalmente as disciplinas que trabalham o senso crítico, como filosofia e sociologia”.

A categoria articula uma manifestação no dia 5 de outubro com direito à paralisação do serviço público e privado de educação. Os professores vão ainda acionar os deputados federais e senadores de Alagoas para lutarem contra a medida provisória.

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O Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal) compartilha da mesma revolta. Conforme a presidente sindical, Maria Consuelo Correia, a MP é uma agressão a todos os educadores.

"É uma estratégia para fazer do povo uma mão de obra barata. O ensino deve sim ser reformado, mas isso precisa ser discutido por quem entende de educação, que somos nós, e não por golpistas", criticou.

A Reforma

Português e matemática serão os dois únicos componentes curriculares obrigatórios nos três anos do ensino médio, de acordo com o novo modelo para a etapa anunciado ontem (22) pelo governo. A definição está em medida provisória (MP) assinada pelo presidente Michel Temer. Atualmente, a etapa tem 13 disciplinas obrigatórias para os três anos.

A MP prevê a flexibilização do ensino médio com o objetivo de torná-lo mais atraente para o jovem, segundo o ministro da Educação, Mendonça Filho. Os componentes curriculares que deverão ser ensinados no período obrigatoriamente serão definidos na Base Nacional Comum Curricular, que começará a ser discutida no próximo mês e deverá ser definida até meados do ano que vem, segundo o Ministério da Educação.


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