Saúde

Inércia da Sesau invibializa doação de fígado em Alagoas

Por José Fernando Martins 12/08/2016 - 23:00

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O médico cirurgião Cláudio Lacerda (Crédito: Extra Alagoas)
O médico cirurgião Cláudio Lacerda (Crédito: Extra Alagoas)

Terceiro mais realizado no Brasil, só perdendo para rins e córnea, o transplante de fígado tem um tempo de espera na fila que pode chegar a um ano. No entanto, essa angústia poderia ser diminuída caso o Estado estivesse preparado para a coleta do órgão.

Conforme o médico cirurgião Cláudio Lacerda, doadores falecidos por morte cerebral são enterrados, em Alagoas, sem a extração do fígado, um descaso que pode valer algumas vidas.

"Temos uma equipe disponível para pegar o órgão aqui no estado, mas sequer nos comunicam", disse o médico.

Alagoana Ranne Kelly virou capa de livro

Em passagem por Maceió nesta sexta-feira, 12, o médico recifense promoveu o livro "Acorde o Governador", que conta, entre outras histórias, o drama da alagoana de Ranne Kelly da Silva, que submeteu-se a um transplante aos quatro anos de idade.

A cirurgia só foi possível após a pediatra Marta Mesquita, que cuidava da criança, "acordar Teotônio Vilela" para disponibilizar um helicóptero que levasse a paciente até a capital pernambucana. Dez anos depois, Ranne é uma adolescente de 14 anos que leva uma vida normal.

Das 50 cirurgias realizadas até o momento em 2016, em Recife, dez foram em alagoanos. O professor José Milson de Mello, 63, já passou pelo transplante, mas em 2013. "Hoje sou alabucano", brinca com a junção de alagoano com pernambucano.

A espera de Mello para o transplante foi de aproximadamente 30 dias. "Estava saindo do mercado, me ligaram para ir no hospital. Cheguei e já fui internado", contou à reportagem do EXTRA ALAGOAS.

Questionada sobre o transplante de órgãos em Alagoas, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informa que já implementou diversas ações para qualificar a captação de órgãos e tecidos. Além de realizar mudanças na gestão da Central de Transplantes de Alagoas, está trabalhando para reestruturar protocolos que agilizem a captação de fígado.


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