Pediatra alerta que pais devem monitorar o consumo de doces por crianças

Diversas doenças crônicas podem ser desenvolvidas pela alta ingestão do açúcar
Por Agência Alagoas 18/07/2016 - 08:02

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Luiza e Alice Freire que têm 2 anos e 6 meses de idade, respectivamente, mas que se alimentavam com os mais diversos tipos de alimentos açucarados
Luiza e Alice Freire que têm 2 anos e 6 meses de idade, respectivamente, mas que se alimentavam com os mais diversos tipos de alimentos açucarados

Em meio a tanta variedade de doces, as crianças ficam perdidas na hora de escolher o que comer. Biscoitos recheados, chocolates, refrigerantes, balas e todas essas opções sempre com embalagens coloridas e chamativas para conquistar os pequenos. Isso deixa os pais em uma situação complicada para lutar contra a vontade e o desejo dos filhos pelos alimentos açucarados. 

O consumo exagerado de açúcar pode trazer diversas consequências tanto durante a infância quanto ao longo da vida. Doenças crônicas, que representam, atualmente, 72% dos óbitos no país, podem ser desenvolvidas por causa desse excesso. Entre elas está o diabetes, a obesidade, além de doenças orais - como o desenvolvimento de cáries, da placa bacteriana, infecções na gengiva e problemas na arcada dentária.

Segundo a pediatra da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Syrlene Patriota, “é mito dizer que crianças têm preferência por doces ou comidas açucaradas. Nos seis primeiros meses de vida a alimentação dos bebês deve ser exclusivamente a amamentação, a partir daí os pais devem ter cuidado ao introduzir os outros alimentos, principalmente os doces, pela alta quantidade de açucares”.

Syrlene Patriota ainda ressalta que “os hábitos saudáveis da família é que irão influenciar no cardápio dos pequenos. Isso vai ajudar as crianças a manterem uma boa saúde e não terem a necessidade de comer alimentos com tanto açúcar”.

Esse é o caso Luiza e Alice Freire que têm 2 anos e 6 meses de idade, respectivamente, mas que se alimentavam com os mais diversos tipos de alimentos açucarados, comendo todos os dias: jujubas, chocolates, biscoitos recheados e outros tipos de guloseimas.

Segundo Mônica Freire, mãe das crianças, “as meninas não possuíam nenhum problema de saúde, mas há cerca de quatro meses a família decidiu mudar o hábito alimentar de toda a casa para deixar o cardápio mais saudável”.

Mônica ainda explica que a alimentação da família agora é bastante regrada. “Comemos alimentos saudáveis, muitas frutas, verduras e legumes. Não eliminamos os doces de maneiras definitiva da nossa dieta, mas diminuímos de forma considerável o consumo deles”.

Para realizar essas mudanças a Syrlene Patriota fala que o importante é fazer a substituição dos doces por frutas. “Nós temos uma grande variedade de frutas em nosso país, a criança não irá gostar de todas elas, mas de algumas frutas elas irão gostar. É sempre interessante fazer uma salada de fruta, misturando as frutas mais doces com as mais azedas, por exemplo. Como essas pequenas atitudes as crianças vão se tornando habituadas a se alimentar de forma natural e saudável”, destacou a pediatra.

Outro conselho passado pela pediatra é que os pais também devem atrasar o máximo que puderem a introdução desse tipo de alimento, e quando a criança começar a consumir os doces, é importante controlar essa alimentação, estipulando os momentos certos para essa ingestão, como finais de semana ou nas festas de aniversário.

Consumo preocupante - Nos últimos tempos os pais estão ganhando aliados nessa batalha contra os alimentos açucarados, entre eles está a Organização Mundial de Saúde (OMS) que, no ano passado, preocupada com o aumento da ingestão de açúcar pelas crianças recomendou que o consumo da substância não ultrapasse os 50 gramas por dia, essa recomendação vale também para jovens e adultos.

Já no Brasil, foi divulgada, este ano, uma pesquisa do Ministério da Saúde onde apontou que um em cada cinco brasileiros consome doces em excesso. Os dados são ainda mais preocupantes entre os jovens: 28,5% da população de 18 a 24 anos possui alimentação com excesso de açúcar. Ainda nessa faixa etária, 30% também costuma beber refrigerantes diariamente.


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