INDÚSTRIAS

Alagoas fortalece política de incentivos para atrair grandes empresas

Por 23/11/2015 - 11:36

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Alagoas fortalece política de incentivos para atrair grandes empresas

Incentivos fiscais, chegada de novas indústrias e geração de emprego e renda. Essa tem sido, cada vez mais, uma realidade em Alagoas, que conta com um histórico de dependência da monocultura da cana-de-açúcar. Com um perfil econômico se transformando aos poucos, o estado acabou se tornando um local predominantemente focado no setor de comércios e serviços, mas o esforço para deslanchar com a industrialização tem sido grande e alguns bons resultados já podem ser observados.

Com uma política de incentivo fortalecida, Alagoas tornou-se competitiva e atualmente consegue disputar os grandes investimentos de igual por igual com outras unidades federativas do Nordeste. Geograficamente bem localizado e demonstrando interesse em receber as indústrias que pretendem aportar na Região, o estado recebeu quatro novos empreendimentos somente este ano - sendo duas indústrias e dois do setor de serviços -, que abriram cerca de 7 mil vagas de emprego. Em tempos de crise, uma ótima notícia.

Além das que já chegaram e estão em funcionamento, outras 20 grandes empresas encontram-se em fase de instalação. Quando estiverem em atividade, a expectativa é que esses empreendimentos gerem quase 2,5 mil empregos diretos para os diversos níveis de escolaridade.

O portal Gazetaweb inicia agora a série de reportagens especiais 'De portas abertas para o desenvolvimento' para expor a constatação de que o setor industrial ainda está amadurecendo em Alagoas, mesmo já sendo responsável, atualmente, por 22,24% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado, conforme números do Portal Alagoas em Dados e Informações. É o segundo setor da economia que mais gera riqueza, emprego e renda. O Estado dá passos tímidos, esforçados, e abre, definitivamente, as portas para o desenvolvimento.

Os polos industriais Luiz Cavalcante, em Maceió, e o Multifabril José Aprígio Vilela, em Marechal Deodoro, concentram a maioria das indústrias em atividade no estado. O primeiro deles comporta aproximadamente 120 empreendimentos entre unidades fabris e atividades de serviços. Já o segundo conta com 24 indústrias instaladas.

O município de Arapiraca também se destaca na atração de grandes empresas por intermédio de facilidades oferecidas pelo poder público. Somente este ano, a previsão é de que mais de 2.500 postos de trabalho sejam criados. Apesar da conjuntura nacional instável, Arapiraca logrou grande êxito na atração de investimentos e no apoio aos pequenos negócios locais. Por isso, ficou entre os municípios brasileiros que mais geraram empregos no primeiro semestre e, no segundo, foi apontado como um dos melhores ambientes de negócios do País.

ALAGOAS NÃO TINHA PLANEJAMENTO

De acordo com o economista Freitas Cavalcante, nos anos 80 e 90 Alagoas deixou de se organizar e fazer planos visando ao aumento da capacidade produtiva e à diversificação da economia local, o que só veio a acontecer nos anos 2000, o que talvez explique a corrida acirrada por novos investimentos nos dias atuais.

Industrialização começa a gerar frutos positivos para o estado (Foto: Jamylle Bezerra)

"Nas décadas de 80 e 90 os alagoanos esqueceram de planejar o estado para o desenvolvimento econômico, que vem através do aumento da capacidade produtiva. Em Pernambuco, por exemplo, foi diferente, e nessa época já se pensava no Porto de Suape, responsável pelas altas taxas de crescimento do estado nos últimos anos. Somente a partir dos anos 2000 é que Alagoas passou a enxergar a necessidade de diversificação da economia local, até então dependente da máquina pública e da monocultura da cana-de-açúcar. Exemplos dessa mudança de comportamento são a reestruturação do Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, a inauguração do Centro de Convenções e os investimentos para melhoria da estrutura da orla marítima da capital, ações que estimularam a instalação de muitos hotéis em Maceió e em cidades do litoral", conta.

Os reflexos desse "acordar", mesmo que tardio, podem ser vistos no semblante de milhares de pessoas que conseguiram a tão sonhada vaga de emprego após a chegada de um empreendimento em algum município alagoano. É o caso da auxiliar de serviços gerais Andressa Luciano, de 21 anos. Ela estava desempregada e em busca de trabalho quando surgiu a oportunidade de prestar serviço a uma fábrica recém-instalada em Marechal Deodoro.

"Fui chamada para trabalhar depois que a empresa começou a funcionar. Estava em busca de emprego e, agora que consegui, posso começar a pensar em cursar engenharia civil", conta Andressa, que mora no município de Coqueiro Seco, a 10 minutos do Polo José Aprígio Vilela.

POLÍTICA DE ATRAÇÃO E INCENTIVO FISCAL

Para o secretário de Estado da Fazenda, George Santoro, atrair investimentos que gerem postos de trabalho é essencial para que os reflexos da crise econômica sejam os menores possíveis.

"Alagoas precisa atrair investimentos e gerar postos de trabalho. Isso é fundamental. Queremos chegar ao final do ano pelo menos com o mesmo número de postos de trabalho que começamos. Na recessão, essa é uma situação muito importante para o estado. Já temos várias empresas anunciando a vinda para Alagoas, mas essa não é uma decisão rápida. É como se fosse uma paquera, pois é preciso conhecer antes de começar o namoro. O trabalho de conquista tem que ser de forma intensa do começo ao fim das negociações", afirma.

Segundo informações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Alagoas, 37 empresas estão atualmente negociando a instalação de unidades no estado. "Apesar do momento de dificuldade, Alagoas tem contabilizado importantes conquistas este ano. São novas empresas e novas oportunidades para o nosso povo. O governo é parceiro das iniciativas que estimulam a nossa terra e a nossa gente", afirmou o governador Renan Filho, durante recente inauguração de uma grande empresa em Alagoas.

"Alagoas pode ser um estado desenvolvido sim, pois tem potencial para atrair investimentos produtivos. Para tanto, é importante continuar com a política de boa receptividade para novas indústrias, aumentar a taxa de investimento em infraestrutura, simplificar processos burocráticos e fiscais, garantir a segurança pública e investir muito em educação. Como pontos positivos, além da política do governo de atração de investimentos, um menor custo de vida e a disponibilidade de mão de obra, temos também uma boa localização geográfica", ressalta Freitas Cavalcante.

Na próxima reportagem da série, a Gazetaweb fala sobre o programa que oferece 92% de desconto em impostos para as empresas que querem se instalar em Alagoas.

Fonte: GazetaWeb


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