ACIDENTE

Técnicos vêm a Alagoas analisar destroços de helicóptero da SSP

Por 06/11/2015 - 11:06

ACESSIBILIDADE

Técnicos vêm a Alagoas analisar destroços de helicóptero da SSP

Um representante americano e outro brasileiro da Bell Helicopter, empresa fabricante do Long Ranger que caiu em Maceió e matou quatro militares, além de dois engenheiros do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) da Aeronáutica e técnicos do Segundo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) vieram a Alagoas, esta semana, para analisar os destroços que estão guardados no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares. Um relatório da inspeção será produzido e entregue ao Seripa. A intenção era tirar algumas dúvidas sobre a tragédia.

A comitiva passou dois dias em Maceió - chegou na quarta-feira e retornou ontem. Durante este tempo, deteve-se em verificar cada componente da aeronave que foi recolhido do local onde o acidente aconteceu, em uma rua estreita, próxima ao Aeroclube de Alagoas, no bairro de Santa Lúcia, no dia 23 de setembro deste ano. O trabalho consistiu em verificar as peças e observar as centenas de fotografias feitas pela equipe do Seripa para tentar descobrir se algum fator mecânico provocou a queda.

A vinda de engenheiros da fabricante do helicóptero e do DCTA em São José dos Campos foi programada pelo Seripa. Segundo o coronel José Roberto Mendes, que coordena a equipe de investigadores, era necessária a presença deste corpo técnico para averiguar de perto cada item recolhido da aeronave e tentar descobrir, apesar da destruição, se alguma falha era possível de ser percebida. A análise foi bastante criteriosa, conforme adiantou o oficial, e o trabalho realizado pelo grupo será detalhado em um relatório a ser encaminhado ao Seripa posteriormente.

"Eles perceberam o quanto será difícil para os investigadores preparar o laudo deste acidente. Permanecemos com o prazo de um ano e as condições dos destroços, totalmente queimados, lançam para a equipe o grande desafio de descobrir as causas da queda da aeronave", comenta o coronel José Roberto. Ele acrescenta que aparentemente nenhum fator chamou a atenção dos engenheiros da fabricante e da Aeronáutica durante a inspeção, mas não indica que algo seja notabilizado e descrito no relatório.

O próximo passo dos investigadores é aguardar o relato dos técnicos. Também será marcada a vinda de médicos e psicólogos do Seripa a Alagoas para iniciar outra etapa da apuração dos fatos. Os profissionais têm a incumbência de marcar um encontro com parentes dos tripulantes e buscar detalhes da rotina de cada um. O trabalho integra os pontos obrigatórios que constam no protocolo de investigação de acidentes aéreos. O Seripa ainda aguarda os laudos do Instituto Médico Legal (IML) dos exames cadavéricos e iria solicitar o resultado do teste de eficiência e funcionamento das armas e munições, que foi requisitado à Perícia Oficial de Alagoas e não foi feito até agora, conforme informou a Associação dos Peritos do Estado.

A responsabilidade do acidente está sendo investigada pela Polícia Civil. O delegado responsável pelo inquérito, Manoel Acácio Júnior, acompanhou todos os trabalhos dos engenheiros e técnicos do Seripa esta semana. Ele também está com dificuldades para concluir a apuração, já que não há qualquer laudo técnico que sinalize o que pode ter causado o acidente. O depoimento das testemunhas não foram suficientes, segundo o próprio delegado. O coronel José Roberto entende a complexidade da investigação e lamenta não poder contribuir tanto para fazer a peça policial avançar.

A tripulação era composta pelo capitão da Polícia Militar (PM) Mário Henrique de Oliveira Assunção, de 47 anos, piloto da aeronave; o major do Corpo de Bombeiros Milton Carnaúba Gomes Paiva, também piloto; além dos soldados PM Marcos de Moura Pereira, de 29 anos, e Diogo de Melo Gonzaga, de 32. Eles integravam o Grupamento de Operações Aéreas de Alagoas e nenhum sobreviveu.

Fonte: GazetaWeb


Encontrou algum erro? Entre em contato