AMA diz que seca reduziu a barragem do Sobradinho no São Francisco

O prefeito do município de Pão de Açúcar e vice-presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Jorge Dantas (PSDB), afirmou nesta quinta-feira (5), em entrevista à Rádio Gazeta , que os municípios sertanejos já estão saindo do estado de emergência e entrando em estado de calamidade pública por causa da seca. Ele destacou que a Barragem do Sobradinho, no Rio São Francisco, está com apenas 4% da capacidade e que, em dezembro, o rio deve estar praticamente seco.

“Nunca vi uma seca como essa. Já estamos quase em estado de calamidade, pois é uma seca que vem se prolongando desde 2011. O São Francisco está com menos da metade da vazão normal e estamos em uma situação muito crítica e desesperadora. Se não houver chuva, vamos chegar ao mês de dezembro com o rio praticamente seco”, destaca Jorge Dantas.

O representante da AMA criticou a burocracia para a liberação de recursos por parte do governo federal para que a água possa chegar às famílias que vêm sofrendo com a longa estiagem, afirmando que o procedimento tem que ser feito de forma emergencial.

“O credenciamento dos carros-pipa só começou ontem, três meses depois de anunciado pelo ministro. É preciso agilidade na liberação de recursos e eu espero que, daqui para a frente, a burocracia seja reduzida e a operação seja retomada porque, no final, acaba sobrando somente para a prefeitura. Há dois meses os municípios estão arcando sozinhos com as despesas de abastecimento de água”, disse.

Jorge Dantas falou ainda que a situação nos municípios alagoanos afetados pela seca é muito grave, já que até os reservatórios de água para os animais secaram, deixando muitas famílias sem o meio de sobrevivência.

“Essa é uma seca diferente, muito mais terrível que as passadas, pois é cumulativa e vem se arrastando há mais de 4 anos. Todos os reservatórios de água para os animais secaram e eles não têm mais o que beber. Em determinados casos, a vaca, o gado, é o sustento das famílias e elas estão sem ter com o que sobreviver. Confesso que nunca vi uma situação como esta que estamos vivendo e precisamos que ações mais efetivas sejam adotadas”, pontuou, demonstrando insatisfação com a atenção dada pelo governo federal.

Atualmente, trinta e oito municípios de Alagoas estão em situação de emergência por causa da seca e a previsão é que a estiagem se prolongue por muitos meses ainda.

Fonte: GazetaWeb