DOAÇÃO DE MEDULA

Alagoas é último do País em número de cadastros de doadores de medula

Por 04/11/2015 - 10:39

ACESSIBILIDADE


Alagoas ocupa, atualmente, a última posição no número de cadastros de medula óssea no Brasil. Em mais uma tentativa para conscientizar e incentivar a sociedade da importância da doação, uma campanha acontece desde ontem, no Hospital do Açúcar. O evento é fruto de uma parceria entre o governo do Estado, por meio do Hemocentro de Alagoas (Hemoal) e a Ong Pró- Medula.

Das 8h às 17h, voluntários podem ir ao laboratório Neolab para coleta de apenas 10ml de sangue e pronto: fará parte do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), um banco de dados que armazena informações de pacientes e de doadores de 43 países. Em 2015, dois jovens (de Arapiraca e de Maceió) foram doadores de medula.

O procedimento para efetivar o cadastro é bem simples. Basta o candidato procurar um posto de coleta de sangue para cadastro de medula óssea, que pode ser o Hospital do Açúcar (no caso até hoje) ou o Hemoal. O voluntário deve ter idade entre 18 e 55 anos e ter boa saúde (nunca ter tido câncer, nem hepatites e quaisquer outras doenças sexualmente transmissíveis).

O material coletado segue para o Instituto do Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, onde fica o Redome, para ser cruzado com o histórico guardado. Até os 65 anos, se estiver cadastrado, o doador pode ser o responsável por salvar uma vida.

META NÃO ATINGIDA

Em 2014, a Alagoas cadastrou em torno de 600 doadores, a quantidade mais baixa de todas as unidades da Federação, conforme divulgou a assistência social do Hemoal, Fátima Braga. O Ministério da Saúde (MS) estabelece cota mínima de registros proporcional à população. Para o Estado, estão previstos 10 mil novos cadastros por ano, e Alagoas nunca chegou a cumprir esta meta. Em 2015, até setembro, foram pouco mais de 2.600 cadastros novos, um recorde para o período, até agora.

“Fazemos palestras, visitas às instituições, tentando sensibilizar o povo da necessidade de salvar vidas. A maior dificuldade para realização do transplante de medula é a compatibilidade. Só podemos ajudar e reforçar a quantidade de pessoas salvas quando tivermos um banco de dados bem maior”, destaca Fátima Braga.

Este ano, dois jovens de Alagoas efetivaram a doação de medula. Após os testes, eles foram convocados pelo Redome para o procedimento. Os transplantes foram realizados em outros estados nos meses de fevereiro e julho, de acordo com o Hemoal. Os jovens moram em Arapiraca e Maceió.

Uma das pessoas beneficiadas é a coordenadora nacional do Pró-Medula, Aline Wega, que veio a Alagoas para reforçar a campanha no Hospital do Açúcar. Transplantada há cerca de dois anos por ter uma Leucemia Mieloide Aguda (LMA), ela se diz curada e vivendo bem.

“Os médicos deram somente quatro meses de vida, mas fizemos uma campanha e, por meio de um doador voluntário, que atendeu ao chamamento e fez um cadastro, fui beneficiada e consegui o transplante. Muitos temem o procedimento, mas a doação é segura, eficaz e salva realmente as vidas”, afirma a coordenadora.

REGENERAÇÃO

Ela explica que a chance de um paciente encontrar alguém compatível é de 1 em 100 mil. O cadastro seria apenas a porta de entrada para uma futura doação de medula, que somente acontece depois de vários exames e testes para comprovar 100% de compatibilidade entre doador e receptor. Quando isso acontece, são retiradas de 15% a 20% da medula óssea do voluntário. O próprio organismo trata de regenerar a parte retirada em até duas semanas.

Fonte: GazetaWeb

 


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