ASSASSINATO DOS PMS

PMs filmaram a própria morte e ainda tiveram celulares roubados

Por 26/10/2015 - 11:54

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PMs filmaram a própria morte e ainda tiveram celulares roubados

O secretário de Estado da Segurança Pública, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, afirmou, nesta segunda-feira (26), que os policiais do serviço de inteligência mortos na última sexta-feira, enquanto trabalhavam na Grota do Aterro, no Barro Duro, foram executados de forma covarde e tiveram os celulares roubados pelos criminosos, que chegaram a passar mensagens com ameaças aos familiares das vítimas. O momento da execução foi gravado pelo sistema de filmagens que estava em posse dos militares.

“Ao terminarem a parte mais crítica do serviço, na saída da grota, os policiais foram abordados pelos bandidos, que mandaram que eles virassem de costas, momento em que foram friamente executados. Pegamos o sistema de filmagens que estava com os nossos homens e posso dizer que foi de extrema covardia a atitude dos criminosos. Mais do que a covardia de matá-los, os criminosos se apossaram dos celulares dos policiais mortos e ficaram mandando mensagens ameaçadoras para as famílias. Isso mostrou o grau de perversidade desses elementos”, afirmou Alfredo Gaspar.

Segundo o secretário, o soldado Anderson Passos e o cabo Alison Nascimento estavam realizando um trabalho investigativo após o recebimento de denúncia de que no local havia muitas armas e drogas. Por conta da tragédia que resultou na morte dos dois militares, Alfredo Gaspar afirmou nesta segunda-feira que tarefas semelhantes não serão realizadas pela segurança pública, sem antes refazer um estudo de operacionalidade.

 “Muitas vezes nós fazemos avaliações erradas. Esses riscos fazem parte da profissão do policial. Nesse dia, infelizmente aconteceu essa tragédia. Não lançaremos homens nas ruas para tarefas semelhantes, sem antes refazer um estudo de operacionalidade. As filmagens dos últimos instantes não mostram eles sendo descobertos como policiais, mostram que eles entregam os celulares e ficam de costas, sendo mortos dessa forma. A circunstância de covardia de como eles foram mortos me deixou revoltado”, pontuou.

Sobre a morte dos quatro suspeitos de envolvimento no crime, Alfredo Gaspar afirmou que eles foram mortos porque entraram em confronto com a polícia.

“As informações que eu tenho é que eles estavam armados e reagiram. Todo o resto é pura especulação de quem efetivamente gosta de transmitir para a sociedade o que não é verdade. A polícia não sai de casa para matar, mas para cumprir a lei. Eu desafio quem disser que a segurança pública correu atrás dos bandidos para matar. A segurança pública correu atrás dos bandidos para prender. Se eles morreram, é porque eles efetivamente entraram em confronto com o aparelho estatal”, disse.

O secretário declarou ainda que é preciso ter equilíbrio nas ações de enfrentamento da criminalidade, mas que, ao mesmo tempo, a segurança pública não está disposta a perder homens na rua.

“Precisamos ter equilíbrio nas nossas ações, não vamos partir para o vale tudo. Ao mesmo tempo, não estamos nas ruas para entregar as cabeças dos nossos policiais. A bandidagem precisa saber que temos policiais nas ruas que representam uma grande família”, pontuou.

As declarações do secretário foram feitas durante audiência pública realizada na Câmara Municipal de Maceió, com o objetivo de discutir estratégias de segurança pública.

Fonte: GazetaWeb


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