CABO LUIZ PEDRO

Começa julgamento do ex-cabo Luiz Pedro por morte de servente em 2004

Por 23/09/2015 - 09:33

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Começa julgamento do ex-cabo Luiz Pedro por morte de servente em 2004

Começou por volta de 9h desta quarta-feira (23) o júri popular do ex-deputado estadual e ex-vereador por Maceió Luiz Pedro da Silva, acusado do assassinato do servente de pedreiro Carlos Roberto Rocha Santos, o “Beto”. O julgamento acontece na sala do Tribunal do Júri do Fórum de Maceió 11 anos após a morte da vítima.

Carlos Roberto foi assassinado com 21 tiros em agosto de 2004, em Maceió, mas o corpo dele desapareceu de forma misteriosa do Instituto Médico Legal (IML). À época cabo da Polícia Militar, Luiz Pedro foi acusado de ser o mandante do crime. A defesa dele aponta outros nomes na ação e diz que o ex-vereador não tem envolvimento com o assassinato.

O advogado de defesa, José Fragoso, falou que vai mostrar durante o julgamento que o Ministério Público sabe que outra pessoa pode estar envolvida, mas que ela sequer foi ouvida.

“Tem um homem chamado Gilson que teria confessado o crime, mas ele não está no processo. Já contra o Luiz Pedro nunca houve provas com relação a qualquer coisa nesse crime”, afirma.

Sobre o motivo do nome do ex-cabo da PM ter sido apontado como mandante do assassinato, Fragoso diz que isso pode ser pela liderança política que ele exerce. “A liderança dele incomoda muita gente. Para se ter uma ideia, o Luiz pedro foi o vereador mais votado mesmo estando preso. O autor do crime não é o Luiz Pedro, ele não tem nada com esse crime. O autor tem nome certo e vamos provar isso no dia do júri”, afirma José Fragoso.

O promotor designado para o caso, Carlos Davi Lopes, disse que não iria adiantar nada sobre o caso.

O Ministério Público de Alagoas pede que ele seja condenado por homicídio qualificado por motivo torpe e por não ter dado chance de defesa à vítima, bem como pelos crimes de sequestro e formação de quadrilha. O julgamento é conduzido pelo juiz John Silas, da 8ª Vara Criminal da Capital.

OUTRO RÉU

Além do ex-cabo, o réu Rogério de Menezes Vasconcelos também seria julgado nesta manhã, mas o advogado de defesa dele, Raimundo Palmeira, entrou com um pedido no Tribunal de Justiça na última segunda (21) para suspender o julgamento.

Palmeira alegou que não houve tempo hábil para ampla defesa. O juiz acatou o pedido e o julgamento de Vasconcelos foi desmembrado do processo e será marcada uma nova data.

O CRIME

De acordo com os autos do processo, a vítima estava em casa, na Rua Nossa Senhora da Conceição, no Clima Bom, quando homens armados invadiram o local mediante ameaças e renderam o servente e sua mulher, na madrugada de 12 de agosto de 2004.

Ainda de acordo com o processo, a vítima foi levada de casa para um terreno, onde foi assassinada com vários tiros. Foram condenados no caso por homicídio qualificado Adézio Rodrigues Nogueira, Laércio Pereira de Barros, Náelson Osmar Vasconcelos de Melo e Leone Lima.

Segundo a acusação do Ministério Público, os homens faziam parte de uma organização criminosa chefiada e mantida por Luiz Pedro, que funcionava como uma suposta milícia.

Carlos Roberto teria sido morto por consumir entorpecentes, bem como por ter se desentendido com integrantes do grupo criminoso.

Fonte: G1


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