POLÍCIA FEDERAL

Corregedoria publica portaria que apura conduta de PMs presos pela PF

Por 03/07/2015 - 11:18

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Corregedoria publica portaria que apura conduta de PMs presos pela PF

Foi publicado no Boletim Ostensivo da Polícia Militar de Alagoas desta sexta-feira (3), um processo administrativo disciplinar que vai investigar a conduta dos dois militares presos na operação Tombstone, da Polícia Feral (PF).

Os PMs são suspeitos de participar de um grupo de extermínio que assassinava criminosos e possíveis testemunhas de crimes na cidade de Pilar.

Doze pessoas fora presas durante a operação, entre elas dois policiais militares e dois policiais civis. Eles são suspeitos de integrar o grupo que atuava na cidade de Pilar, Região Metropolitana de Maceió.

O processo administrativo vai durar 30 dias e pode ser prorrogado por mais 15 dias. “ A depender do que for comprovado, eles podem até ser expulsos da corporação”, afirma o corregedor Antônio Santos.

O corpo jurídico da Assomal está acompanhando e analisando todo o inquérito da Polícia Federal para adotar os procedimentos legais, amparado no direito constitucional da ampla defesa e do contraditório.

Um dos militares presos acabou baleado na ação e está internado em um hospital de Maceió sob escolta, mas não corre risco de morrer. O outro PM foi levado para uma instituição militar e os demais presos foram encaminhados para o sistema prisional. Uma pessoa continua foragida.

Além de Alagoas, a PF também cumpriu mandados em Sergipe, Bahia e Minas Gerais. Em uma gravação obtida com exclusividade pela TV Gazeta, o capitão Paulo Costa dá ordens para que um um outro policial execute pessoas dentro de uma casa (confira no vídeo abaixo).

Por meio de nota, a Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal) manifestou apoio e solidariedade ao capitão PM Paulo Costa e sua família e disse ter certeza da sua conduta ilibada durante o período em que esteve à frente da 2ª Cia Independente do município de Pilar.

Disse ainda que "o corpo jurídico da Assomal está acompanhando e analisando todo o inquérito da Polícia Federal para adotar os procedimentos legais, amparado no direito constitucional da ampla defesa e do contraditório".

Cerca de 130 policiais cumpriram 12 mandados de prisão temporária, um de condução coercitiva, quando o suspeito é levado a depor, e 18 de busca e apreensão, que foram expedidos pela Justiça estadual. Segundo a PF, o grupo também está envolvido em tráfico de drogas, roubo e comércio ilegal de armas e munições.

O inquérito foi instaurado em julho de 2014. Segundo o delegado Fábio Maia, os crimes investigados ocorreram entre o segundo semestre de 2013 e primeiro semestre de 2014.

"Não existia hierarquia no grupo. Investigamos cerca de 14 crimes e temos indícios suficientes para esclarecer pelo menos dez deles", afirma o delegado federal Fábio Maia.

Maia disse ainda que a maioria das vítimas do grupo não tinha envolvimento com crimes. “Existe uma cultura de tolerância quando se mata criminosos e maloqueiros, mas a maioria das vítimas não se enquadrava nesse perfil. Foram mortas pessoas inocentes e isso vai além do tolerável”, falou.

Fonte: Veja


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