Fiscalização encontra placentas junto ao lixo comum em maternidade

Uma fiscalização realizada nesta terça-feira (12), na Maternidade Santo Antônio, no Bom Parto, encontrou diversas irregularidades no depósito de lixo do local. Mais de meia tonelada de material comum foi encontrado junto ao infectado e o espaço onde tudo isso era guardado foi interditado. Restos de placenta também foram vistos.

A Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió (Slum) e a Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente (Sempma) constataram crime ambiental e, caso a situação não seja regularizada em 24 horas, a unidade de saúde poderá ser fechada. A ação aconteceu após uma denúncia anônima, recebida na segunda (11).

Dentro do depósito, a fiscalização encontrou sacos no chão e em tonéis. Segundo os fiscais, o material infectante deveria estar em sacos específicos para identificar a periculosidade e depositados em bombonas, enquanto o lixo comum deveria estar em um contêiner do lado de fora. O contêiner, porém, também está irregular, soltando chorume.

A maternidade foi notificada pela Slum e teve um auto de infração por crime ambiental lavrado pela Sempma, que também interditou o depósito. De acordo com o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), todo o lixo, que os órgãos municipais acreditam estar na unidade de saúde há mais de 15 dias, precisa ser incinerado.

“Isso é desumano, uma irresponsabilidade e um desrespeito com pacientes como com os moradores das redondezas. É um IML [Instituto Médico Legal] clandestino e nunca vi algo igual”, disse o coordenador de Fiscalização da Superintendência de Limpeza Urbana, Carlos Tavares.

Ele destacou que equipes da entidade fazem fiscalizações rotineiras, mas essa aconteceu após uma denúncia recebida no telefone particular dele. De acordo com a denúncia, restos de placenta e fetos estariam dentro dos sacos, que estavam cheios de larvas ao serem verificados pela fiscalização.

Segundo o diretor administrativo da Maternidade Santo Antônio, Paulo Sérgio Holanda, o lixo comum é separado e não está misturado com o infectante. "No contrato com a Serquip [empresa de limpeza], não havia a aquisição de muitas bombonas. Vamos pedir mais, rever o contrato e tomar as providencias necessárias. O lixo é recolhido uma vez por semana. Inclusive, vamos aumentar o telhado para a água não danificar o solo", reforça.

Agora, o diretor terá que apresentar o certificado de tratamento de incineração, fazer toda a limpeza e acionar as secretarias para fazer a vistoria a fim de regularizar o espaço.

A fiscalização ainda segue para outras maternidades da capital.

Fonte: Gazeta Web