CIDADANIA

MPE debate combate à violência doméstica e familiar em escola do Benedito Bentes

Por 20/03/2015 - 22:37

ACESSIBILIDADE

MPE debate combate à violência doméstica e familiar em escola do Benedito Bentes

A convite do Núcleo de Qualidade de Vida do Servidor da Secretaria de Estado da Educação, o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), por meio da Promotoria de Combate e Prevenção à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, realizou uma série de apresentações, na última quarta-feira (18), para os alunos da Escola Estadual Marco Antônio, a primeira escola pública do Ensino Médio com horário integral do Benedito Bentes.

A promotora de Justiça Maria José Alves da Silva (foto) explanou sobre a Lei Maria da Penha, as redes de atendimento às mulheres vítimas de violência e sobre o feminicídio, destacando a importância da mudança das realidades existentes não apenas em Alagoas, mas em diversos lugares do Brasil, além da necessidade da preservação de valores como o respeito.

“O trabalho da Promotoria busca combater e coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Esta oportunidade de atuar na prevenção é primordial para uma mudança de comportamento da sociedade, para que os alunos se tornem agentes transformadores e contribuam conosco na construção de uma sociedade melhor. O respeito ao outro deve estar dentro de todos nós. Tenho certeza que o aprendizado foi marcante”, expressou a promotora.

A chefe do Núcleo de Qualidade de Vida do Servidor da Secretaria, Marlene Veronezi, definiu a participação do MPE/AL como essencial, interessante e focada.  “A promotora Maria José é muito preparada, percebe-se que mais do que formação acadêmica, ela tem vivência e propriedade para falar sobre a violência doméstica. Outra coisa que achei muito forte foi o trabalho em equipe, a valorização e sintonia de todos, desde os técnicos e assessores à promotora, que se estendeu aos alunos, haja vista o acolhimento dado aos estudantes, como no caso do aluno Paulo que se entusiasmou até em tocar violão e cantar para todos. A afinidade na prática do MP com o que objetiva a educação é extraordinária. Estamos ligados, sintonizados. Eu encontrei eco nessa relação. Estou maravilhada. Muitos pensam que o MPé distante, mas de fato ele é próximo e alcançável. Vocês conseguiram mostrar essa aproximação e acessibilidade, foi isso que fez os nossos jovens se aproximarem e interagirem. Foi a acessibilidade que vocês deram”, destacou a representante da organização do evento.

PARCERIA

Para contribuir com a ação, a promotora convidou a psicóloga Carolina Monteiro e as assistentes sociais Charlene Souza e Monique Santos, que integram a equipe multidisciplinar do juizado que diariamente lida com a questão da violência praticada contra a mulher.

“A reflexão sobre a igualdade de gênero e o combate da violência contra a mulher é de extrema relevância diante do atual contexto da sociedade. Essa ação conjunta com a 38ª Promotoria de Justiça foi bastante produtiva. Agradecemos o convite da promotora Maria José para participar de uma ação que possibilitou uma discussão riquíssima com o público-alvo, os alunos da escola, que são adolescentes e jovens. A adesão à reflexão sobre a temática proposta suscitou indagações e observações bastante relevantes. Em resumo, pode-se dizer que a ação foi um sucesso e o objetivo foi atingido” Charlene Souza.

De acordo com a assistente social Monique Santos, a realização de ações socioeducativas é fundamental para a coibição da violência contra mulher e contempla o eixo da prevenção, conforme previsto na lei Maria da Penha. “A ação de hoje foi extremamente positiva, principalmente pela interação com os alunos durante a atividade. Eles trouxeram reflexões importantes sobre violência, desigualdades entre homens e mulheres, liberdade e respeito, enfatizando as mudanças percebidas na abordagem do papel da mulher na sociedade e do combate à violência”, disse Monique.

A AÇÃO

As turmas que cursam o ensino médio foram se revezando ao mini-auditório da escola para participar da apresentação organizada pelo Ministério Público do Estado, que contou com a exibição de vídeos que tratam da temática proposta, palestras e debates.

O primeiro vídeo, trazido pela equipe multidisciplinar do juizado, despertou as mais diversas opiniões dos alunos, causando um momento de profunda interação, pois, de forma alusiva, um homem protagonizava situações que, geralmente, são as mulheres que enfrentam no cotidiano, pelo fato de viverem numa sociedade em que prevalece uma cultura de desvalorização do gênero e o machismo.

Já no segundo, por meio de um cordel, a Lei Maria da Penha foi retratada de forma resumida, mas sem deixar de destacar pontos importantes para conhecimento dos alunos, como sobre quais são as formas de violência existentes, combatidas e amparadas pela Lei. Os alunos aplaudiram esta apresentação pelo fato de o artista conseguir expor de forma poética um assunto tão polêmico, por isso, a escolha da promotora por este instrumento educativo.

Além do debate provocado pela equipe do juizado, a promotora realizou uma palestra para reforçar a conscientização dos alunos. E, para finalizar a ação com cada turma, a promotora trouxe uma animação na qual um herói defende quem é vítima de violência doméstica e familiar, mostrando que quem agride é punido, quando denunciado, bem como de que a mulher merece ser tratada com respeito, carinho, atenção e amor. Neste quesito, a promotora destacou que todos devem e merecem este tratamento.

Para a psicóloga Carolina Monteiro, a ação desenvolvida nesta parceria foi muito enriquecedora. “O contato com a comunidade, com representantes do Benedito Bentes, de onde atendemos muitos casos de processos em trâmite no juizado é estimuladora. Porém, o mais importante e gratificante foi a possibilidade de atuação de nossa equipe multidisciplinar no eixo da prevenção, em especial com o público de jovens, no contexto escolar, de quem esperamos a contribuição para a transformação das relações de desigualdade de gênero, para construirmos juntos uma sociedade mais igualitária”, concluiu a psicóloga.

Os alunos saíram entusiasmados da sala e parabenizaram a ação desenvolvida.  “Achei bem interessante, pois muitos já ouviram falar da Lei Maria da Penha, mas nem todos compreendem corretamente o que ela quer dizer”, explanou a aluna Daniele Santos.

“Gostei muito da ação, pois me ajudou a aprender de forma mais profunda sobre o assunto. Hoje sei que as mulheres têm seus direitos. A Lei é muito importante para compreendermos o papel da mulher na nossa sociedade. Tanto o homem como a mulher possuem direitos iguais. Devem se respeitar e andar lado a lado, com mesmo valor e importância. Como foi dito, a mudança e a construção de uma sociedade melhor começam dentro de nós e, apenas, juntos poderemos mudar tantas realidades, como a violência contra a mulher e, assim, contribuirmos com um futuro melhor”, destacou a aluna Millena Pimentel

A ação aconteceu de forma satisfatória , de acordo com a promotora, devido ao apoio da equipe presente, ao qual ela fez questão de destacar. “Agradeço ao apoio do Alexandre Borba, servidor da Promotoria; ao Fernandes, técnico de informática; ao Jean que auxiliou na parte do som e dos serviços gerais; do motorista Nivaldo que permitiu o deslocamento da equipe e materiais utilizados; ao nosso fotógrafo Claudemir Mota, que pôde registrar este momento marcante. Enfim, agradeço a todos da educação, da escola, ao cerimonial do MP e as meninas do juizado e, sem sombra de dúvida, aos alunos que tornaram a discussão calorosa e valorativa”, concluiu a promotora.

A ESCOLA

A Escola Estadual Marco Antônio possui 280 alunos, que começaram a estudar na última segunda-feira (16), em horário integral e participaram de ações de conscientização que se encerraram na quarta-feira.

 

 

 

Fonte: Ascom / MPE-AL


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