Empresas gigantes já doaram quase R$ 4 milhões para candidatos alagoanos

De acordo com informações de bastidores, esta deve ser uma das eleições mais caras do Estado de Alagoas, seja para conquistar uma das vagas na Assembleia Legislativa do Estado, uma das cadeiras da Câmara de Deputados, ou até mesmo os mandatos majoritários de senador e governador. O fato é que as principais empresas – antes mesmo de que o clima esquente – já doaram aproximadamente R$ 4 milhões. Vale lembrar que este valor deve aumentar bastante com a entrada da televisão e da rádio diante dos programas eleitorais gratuitos, que já começaram a ser gravados na semana retrasada e estreiam nesta semana.

Com o avanço da legislação eleitoral, ficou mais fácil acompanhar os gastos oficiais dos candidatos e de suas equipes. Porém, estes números não contabilizam uma prática que ainda é, infelizmente, comum no processo político: o caixa 2. Dinheiro não contabilizado. Se estas somas fossem possíveis, aí sim seria assustador saber o real valor de uma campanha. Em todo caso, não dá para dizer que as “doações por fora” não acontecem.

Durante a campanha, também outro fenômeno: os doadores começam a se aproximar mais das chapas que possuem mais chances de vitória. Em geral, entram na lista grandes empresários, empreiteiras e empresas que possuem interesses diretos e indiretos em futuros governos. No caso das empreiteiras, não é segredo que se trata das verbas públicas. Nasce no momento das campanhas uma relação que pode descambar – caso o candidato não seja firme ao assumir o mandato – para o lobby e até mesmo as promessas de favorecimento. Prática comum na política brasileira já tão bem exposta em operações da Polícia Federal, como a recente Navalha, que mostrou a ligação entre empreiteiras e agentes políticos, inclusive em Alagoas.

PARCIAL

Esta semana foi publicada a primeira parcial das prestações de contas de campanha já divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).  A situação local não é diferente da nacional. De acordo com dados publicados pela Folha de São Paulo e pelo jornalista Davi Soares – em seu blog no Portal CadaMinuto – 65% da arrecadação das campanhas presidenciais são feitas sempre por poucas empresas, como JBS – dona da Friboi – Ambev, OAS, dentre outras.

No caso da empresa dona da Friboi e da OAS, para Alagoas foram destinados mais de R$ 3,7 milhões. O candidato ao governo e deputado federal Renan Filho (PMDB), por exemplo, recebeu R$ 1 milhão da JBS. É o mesmo valor – como ressalta o jornalista Davi Soares – do montante que foi repassado para o então candidato a presidente Eduardo Campos (PSB), morto em acidente aéreo na quarta-feira (13).

No caso da JBS, a empresa ainda buscou estar bem com o candidato rival do PMDB em Alagoas. O senador alagoano Benedito de Lira (PP) – que também disputa o Palácio República dos Palmares – recebeu R$ 200 mil. De acordo com informações de Davi Soares, “o dinheiro da gigante mundial do mercado de carnes chegou à conta de Biu depois de passar pela contabilidade da campanha de seu filho, o deputado federal e candidato à reeleição Arthur Lira (PP)”.

Fonte: Portal Cada Minuto