Apesar de decisão do STJ, Ifal mantém greve e promete recorrer

Categoria fará ato público nesta quarta, no Sindipetro, cobrando o fim da violência e o direito de greve
Por Portal GazetaWeb 18/06/2014 - 11:09

ACESSIBILIDADE

Apesar de decisão do STJ, Ifal mantém greve e promete recorrer

O Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) vai entrar com recurso junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tentar revogar a decisão pelo fim da greve dos servidores dos Institutos Federais de Educação Tecnológica. A categoria está paralisada há três meses e não vai retornar às atividades enquanto não houver acordo entre os sindicatos e fóruns. Em Alagoas, o sindicato vai seguir a orientação nacional e manter a paralisação.

De acordo com Alexandre Fleming, um dos coordenadores gerais do Sinasefe, os trabalhadores federais de Alagoas farão um ato público às 18h desta quarta-feira (18), no auditório do Sindipetro, no centro de Maceió. O objetivo do protesto é reunir representantes federais e também estaduais para chamar a atenção sobre a violência contra servidores públicos que lutam, exclusivamente, por melhorias na carreira profissional e na estrutura dos campi. 

Fleming citou a agressão sofrida por um grupo de professores e cujos autores foram pais e alunos do campus de Satuba. A ação ocorreu durante manifesto no último dia 9 e que gerou grande repercussão, inclusive, com filmagens do circuito interno da instituição mostrando “certos abusos”. “A agressão partiu dos próprios pais e estudantes que não respeitaram nosso direito de manifestar-se em virtude da falta de diálogo com o governo federal. Já são quatro câmeras diferentes que registraram a violência e três delas pegaram diversos ângulos do ocorrido”, explicou o sindicalista. 

SEM ACORDO

O manifesto reivindica, também, o direito de greve, garantido pela Constituição Federal (CF) de 1988, mas que ainda não foi regulamentado no âmbito do serviço público, com o Estado ainda se utilizando da greve do setor privado. Segundo Fleming, a Corte interpretou um acordo feito em 2012, voltado a reposições inflacionárias, mas que não foi assinado pelo Sinasefe. 

“Quem assinou o documento foi o Proifes, associação criada para representar os interesses do governo. Não assinamos nada, portanto, estamos no nosso direito. Agora, como a decisão tem caráter judicial, o Sinasefe vai convocar sindicatos e fóruns estaduais para uma reunião em Brasília, negociando a continuação ou o fim da greve, e o setor jurídico vai entrar com recurso para revogar a decisão do STJ em um prazo de cinco dias”, reforçou Alexandre Fleming. 

Até o momento, 160 unidades de 19 estados do país estão com as atividades paralisadas. Em Alagoas, o campus Arapiraca retomou os trabalhos completamente e o campus Satuba, de forma parcial, após incidente que vitimou professores da instituição durante manifesto da categoria. A pancadaria teria sido motivada pela revolta de pais e alunos quanto à suspensão das aulas. 

SINDICÂNCIA

A reitoria do Ifal, por sua vez, abriu sindicância para apurar as agressões. Com a abertura do processo administrativo, o reitor terá 30 dias para esclarecer os fatos. Enquanto isso, a direção pede reforço policial no entorno do campus, visando à segurança de estudantes e professores, além dos pais dos alunos. Segundo o reitor, Sérgio Teixeira, durante a sindicância, serão apurados os fatos por meio dos vídeos registrados no dia 9 e medidas legais serão adotadas contra os culpados, sejam eles alunos ou servidores. Dentre as medidas, estão advertências, suspensão e até desligamento do órgão.  

A pauta de reivindicações contempla a implantação de data-base, reposição de perdas salariais e melhores condições de trabalho.

 

 

 

 

 

Fonte: Portal GazetaWeb


Encontrou algum erro? Entre em contato