Saúde

Maternidade do HU está superlotada e gestantes se acomodam em corredores

Grávidas e acompanhantes passam dificuldades com falta de leitos no hospital
Por Tribuna Hoje 20/03/2014 - 10:01

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Maternidade do HU está superlotada e gestantes se acomodam em corredores

A Maternidade do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA), localizado no bairro do Tabuleiro do Martins, em Maceió, encontra-se com quadro de superlotação. De acordo com funcionários do hospital, são 60 leitos no setor, que estão todos ocupados. O setor do pré-parto possui 12 leitos e se encontra superlotado, com gestantes esperando atendimento pelos corredores hospitalares. Na tarde desta quarta-feira (19), a imprensa foi ao local e falou com gestantes, acompanhantes e profissionais de saúde.

Edna Maria espera desde segunda-feira (17) para fazer exames. Ela está gestante de sete meses. “Vim de São Luís do Quitunde e até agora não me medicaram”, disse Edna, enquanto tenta achar a melhor posição para o braço que recebe soro.

A mãe de Edna, Maria José Lira, acompanha a filha e desabafa. “É uma situação muito ruim. O serviço é deficiente”, afirmou. 

Alexandra Gomes da Silva, de 17 anos, já está em um dos leitos do pré-parto, porém se queixa. “Cheguei aqui de manhã. Estou perdendo muito líquido”, declarou a gestante, deitada na cama. Ela já passou dos nove meses e espera o atendimento médico. A acompanhante de Alexandra disse que a gestante também está perdendo sangue. "O médico não passa aqui", afirmou a acompanhante.

O obstetra Luciano Pimentel falou à reportagem e reconhece a superlotação do local. “São 12 leitos [no setor de pré-parto] e agora temos 22 pacientes. Estamos tentando resolver esse problema”, disse.

Josenilda Francisca acompanha a filha, Maria Isabel Sousa, de 18 anos, no corredor da maternidade. Ambas são moradoras do bairro da Pitanguinha. Maria Isabel está grávida de nove meses e, por conta de problemas de pressão, suas pernas e pés incharam. “Fomos ao Hospital do Açúcar e fizeram piada com a perna da minha filha. Assinaram uma autorização pra ela vir pra cá pro HU. Ela não sente dor nenhuma [dizia apontando para as pernas da filha], mas está perdendo líquido e precisa ser atendida”, afirmou Josenilda, que ainda disse que já suspenderam o atendimento de Maria Isabel nesta quarta alegando falta de médico no local.

Sentada em uma das macas pelo corredor estava Janecleide Monteiro. “Minha pressão está alta e estou com pouco líquido. Cheguei às 9 da manhã e estou esperando para fazer cesariana”, disse a gestante.

Desde a semana passada a situação de superlotação da maternidade do Hospital Universitário, que é um fato recorrente, alcançou nível insuportável, afetando também o internamento nas UCI e UTI neonatais. Nesta terça (18), a coordenadora da Maternidade do HU, Dra. Lúcia Amorim, alertou à imprensa local o estado precário e a superlotação que se encontra o setor e fez apelos a gestores da Saúde para tomarem uma atitude antes que uma fatalidade aconteça.

 

 


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