Judiciário

Júri inocenta ex-militar acusado de matar 'Cabo Gonçalves'

Crime teve repercussão porque, de acordo com depoimento, três deputados estaduais estariam envolvidos
Por Dicom TJ/AL 13/02/2014 - 08:41

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Júri inocenta ex-militar acusado de matar 'Cabo Gonçalves'

    O Conselho de Sentença do 1º Tribunal do Júri da Capital absolveu, nesta segunda-feira (10), por maioria de votos (quatro a três), Jaires da Silva Santos. Ele foi acusado de ser um dos executores do assassinato de José Gonçalves da Silva Filho, mais conhecido por “Cabo Gonçalves”, em maio de 1996, no Auto Posto Veloz, situado na Avenida Menino Marcelo. O julgamento foi presidido pelo magistrado Maurício César Brêda Filho, titular da 7ª Vara Criminal da Capital. Os jurados acolheram a tese defensiva de negativa de autoria.

      Testemunha chave

      A versão do crime apresentada na denúncia do Ministério Público Estadual baseia-se em grande parte no depoimento do ex-tenente coronel da Polícia Militar, Manuel Francisco Cavalcante. Segundo narrou o ex-tenente, a vítima teria passado a trabalhar para o deputado estadual João Beltrão, após se reformar da PM, praticando diversos tipos de crimes, sobretudo homicídios. Após sofrer um atentado, a vítima atribuiu a tentativa ao ex-chefe, e se aproximou do deputado estadual Francisco Tenório, que teria oferecido proteção a ele.

      Manuel Cavalcante relatou que quando o deputado estadual João Beltrão soube da proteção dada pelo deputado Francisco Tenório ao Cabo Gonçalves, solicitou ajuda ao presidente da Assembleia Legislativa (ALE), na época, Antônio Albuquerque. Beltrão queria, segundo o depoimento, a morte de Gonçalves, para resolver o impasse, alegando que a vítima estaria voltando para Alagoas a fim de matá-lo. Foi marcada então uma reunião com os deputados Antônio Albuquerque, João Beltrão e Francisco Tenório, na qual teriam combinado o crime.

      No dia do assassinato, a vítima teria ido à casa do deputado Francisco Tenório a fim de pegar um “vale” para abastecer seu veículo no Auto Posto Veloz. Na oportunidade, o deputado João Beltrão teria sido avisado do destino da vítima e encaminhado para o local vários cabos da PM, inclusive o ex-tenente Manuel Cavalcante, que teria ficado no veículo prestando auxílio aos executores, para matar o Cabo Gonçalves.

     Com exceção de Manuel Cavalcante e Marcos Antônio Cavalcante (um dos apontados como executores), todos os acusados negam participação no crime.

 


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